A alta nos preços de produtos farmacêuticos impactou a população durante a pandemia
A alta nos preços de produtos farmacêuticos impactou a população durante a pandemiaReprodução
Por O Dia
Em nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta terça-feira (11), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril fechou com alta de 0,31%, impulsionado pelo reajuste nos preços de medicamentos. Apesar da alta, o índice apresenta um recuo de 0,62% em relação a março deste ano (0,93%). O percentual do índice em 2021, entretanto, já acumula alta de 2,37% e, nos últimos 12 meses, o acúmulo do índice foi de 6,76%, caminhando na direção contrária da meta inflacionária a ser perseguida pelo Banco Central em 2021.
A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3,75% para 2021, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, pode variar de 2,25% a 5,25%.
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Composição
Na pesquisa, foram avaliados nove grupos de produtos e serviços e, dentre esses, oito tiveram aumento nos preços em abril. O maior impacto (0,16 p.p.) e a maior variação (1,19%) vieram de Saúde e cuidados pessoais. A segunda maior contribuição (0,09 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (0,40%), acelerando em relação ao mês anterior (0,13%).
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A alta no grupo de Saúde pode ser explicada, principalmente pelo reajuste no preço de fármacos: a maior variação no item veio dos remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%). “No dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Normalmente esse reajuste é dado no mês de abril, então já era esperado”, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov ao IBGE.
No grupo de Alimentação e bebidas, a alta de 0,40% em abril frente a março (0,13%) é explicada pela alimentação no domicílio (0,47%). O maior impulso para a subida desse índice veio da variação do valor de carnes (1,01%), leite longa vida (2,40%), frango em pedaços (1,95%) e tomate (5,46%).
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De acordo com o pesquisador, as carnes, que acumularam uma alta de 35,05% nos últimos 12 meses, tiveram seus preços impulsionados em abril, principalmente devido à inflação de custos por causa da ração animal. “Estamos em um momento em que há uma grande alta no preço das commodities. Nesse caso, principalmente a soja e o milho estão impactando os custos do produtor e isso acaba influenciando o preço final do produto no mercado”, pontua o gerente da pesquisa.
O grupo habitação seguiu em ritmo contrário, sofrendo queda de 0,59%, atingindo 0,22% em abril. O movimento é explicado principalmente pela desaceleração do aumento no botijão de gás (1,15%) em relação a março (4,98%). Além disso, houve o recuo nos preços da energia elétrica (-0,04%), que haviam subido 0,76% no mês anterior.
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O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.