Somente até abril, o Brasil gastou R$ 4 bilhões de forma adicional para manter o fornecimento de energiaMarcelo Camargo/Agência Brasil

Por O Dia
Rio - Com o Brasil enfrentando a pior crise hídrica dos últimos tempos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já está estimando um aumento de pelo menos 5% nas contas de luz do ano que vem, conforme relatou o diretor-geral da agência, André Pepitone, nesta terça-feira. Ele afirmou também as bandeiras tarifárias também devem ser reajustadas em mais de 20%, afetando o bolso do consumidor já nas próximas semanas. Neste mês de junho, a bandeira tarifária em vigor é a vermelha patamar dois, que acrescenta na conta de luz R$ 6,243 para cada 100kWh consumidos. 
Segundo o diretor, com o novo reajuste, essa bandeira deve ultrapassar os R$7 a cada 100 kWh. "O que acontece é que todo ano, após período úmido, em abril, a Aneel discute com o valor que será o patamar da bandeira. Neste ano, nós estamos diante da maior crise hídrica que o país vivencia. Nós não temos praticamente água para atender a geração de energia [via hidrelétricas] até novembro. Até lá, teremos que atender com as térmicas e isso tem um custo", explicou Pepitone durante a audiência pública promovida na Câmara dos Deputados para debater a crise. 
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"Não é a tarifa que vai subir 20%. Nós estamos conseguimos fazer com que os aumentos que estão ocorrendo neste ano fiquem na casa de 7%, 7,5%", acrescentou. Ainda durante a audiência, a Aneel apresentou uma proposta para que a bandeira vermelha patamar dois passe a custar R$ 7,57, valor que a própria agência já prevê aumentar.
A ativação dessas bandeiras se dá pelo baixo nível de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, que fazem com que o governo precise investir em outras fontes de energia, aumentando assim o custo não só para as distribuidoras, mas também para os cidadãos.
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Em relação a estimativa de aumento para o próximo ano, André Pepitone reforçou que, somente até abril deste ano, R$ 4 bilhões já foram gastos de forma adicional para o fornecimento de energia no país: "O número que o Ministério de Minas e Energia tem usado publicamente é que vamos ter um custo adicional de R$ 9 bi [de janeiro a novembro de 2021], até abril já se gastou R$ 4 bi adicionalmente. Isso vai ter impacto adicional na tarifa de 5% [em 2022]".
Famílias de baixa renda continuam com fornecimento garantido
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Apesar do aumento previsto para as próximas semanas, a Aneel decidiu, manter a decisão de suspender o corte de energia por inadimplência dos consumidores de baixa renda em todo o Brasil. A medida, que se encerraria no dia 30 de junho conforme a Resolução Normativa 928/2021, seguirá em vigor até 30 de setembro de 2021 para os consumidores da tarifa social de energia elétrica, contemplando aproximadamente 12 milhões de famílias.
No entanto, a agência reguladora deixou claro que a vedação do corte de energia não sugere e nem deve ser entendida, de forma alguma, como um estímulo à isenção do pagamento pelo uso da energia elétrica, mas sim como uma ação reguladora que visa garantir a continuidade do fornecimento àqueles que, em razão da sua vulnerabilidade, não tiverem condições de se manter adimplentes.
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Como economizar?
Mesmo com o reajuste da tarifa, algumas atitudes de consumo podem evitar com que o consumidor tome um susto ao receber a conta de luz. No Rio, a Light oferece duas ferramentas que auxiliam na gestão do uso de energia: o Simulador de Consumo de Energia e o aplicativo gratuito "Detetives da Energia", que foi criado para ajudar as famílias a identificarem seus perfis de consumo a partir de seus hábitos diários.
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Além dos aplicativos, algumas medidas práticas também podem ser tomadas para economizar, conforme orienta a empresa. Confira:
"Ao comprar lâmpadas e eletrodomésticos, dê preferência aos que possuam o Selo Procel de economia de energia (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). Assista à televisão junto com a família., mantenha o filtro do ar-condicionado sempre limpo e o termostato regulado e desligue a TV, rádios e vídeo games quando ninguém estiver usando", orientou a Light.

Além de apagar as lâmpadas de ambientes desocupados, outra atitude simples que pode fazer diferença no final do mês é substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou LED, essas consomem até 75% menos e oferecem uma maior duração.
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Usar o chuveiro elétrico no modo "verão" e desligá-lo ao se ensaboar também pode auxiliar na diminuição do consumo. Na hora de cuidar das roupas, o ideal é que o consumidor junte uma grande quantidade para passar e lavar de uma vez só. 

Segundo a Light, o ideal é evitar colocar alimentos quentes dentro da geladeira: "Isso pode aumentar o consumo de energia. O consumo do aparelho está ligado ao tempo que o motor estiver funcionando. O motor funciona mais quando precisa resfriar um conteúdo da geladeira. Isso também depende do modelo do aparelho e do quão nova ou velha ela é: os modelos mais novos costumam ser bem econômicos".

"A prática de secar roupas na parte traseira da geladeira também sobrecarrega o aparelho e aumenta o consumo de energia. Quando colocamos algo úmido e frio nesse local atrapalhamos a dissipação do calor para o ambiente externo. Com isso, prejudicamos a eficiência da refrigeração. A geladeira passa a trabalhar mais para conseguir manter a parte interna resfriada e na temperatura ideal", finalizou a companhia.