Custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 15 cidades e diminuiu em duasGeraldo Bubniak
Rio fica em 4° lugar no ranking da cesta básica mais cara do país; Confira dicas para driblar preços altos
Em julho, apenas João Pessoa (-0,70%) e Brasília (-0,45%) registraram queda no valor
Rio - Em julho, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 15 cidades e diminuiu em duas, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 capitais. As maiores altas foram registradas em Fortaleza (3,92%), Campo Grande (3,89%), Aracaju (3,71%), Belo Horizonte (3,29%) e Salvador (3,27%). As capitais que tiveram queda foram João Pessoa (-0,70%) e Brasília (-0,45%).
O Rio de Janeiro ficou na quarta colocação da cesta mais cara, com custo de R$ 621,34. Já as três primeiras colocações ficaram com Porto Alegre (R$ 656,92), Florianópolis (R$ 654,43) e São Paulo (R$ 640,51). Entre as cidades do Norte e Nordeste, as que apresentaram menor custo foram Salvador (R$ 482,58) e Recife (R$ 487,60).
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Ao comparar julho de 2020 a julho de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os percentuais oscilaram entre 11,81%, em Recife, e 29,42%, em Brasília.
Nos primeiros sete meses de 2021, 14 capitais acumularam altas, com taxas entre 0,04%, no Rio de Janeiro, e 14,71%, em Curitiba. As reduções foram observadas em Belo Horizonte (-3,35%), Brasília (-1,60%) e Goiânia (-0,30%).
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Com base na cesta mais cara que, em julho, foi a de Porto Alegre, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.518,79, valor que corresponde a 5,02 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em junho, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o piso em vigor.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em julho, ficou em 113 horas e 19 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em junho, quando foi de 111 horas e 30 minutos.
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Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em julho, 55,68% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em junho, o percentual foi de 54,79%.
Variações dos produtos
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O açúcar apresentou elevação de preço em 15 capitais e as taxas oscilaram entre 1,59%, em Belém, e 8,12%, no Rio de Janeiro. Em Brasília, houve queda (-2,27%). A oferta reduzida de açúcar, devido ao clima seco e à entressafra no Norte e Nordeste, a elevação do valor do petróleo, que estimula a produção do etanol, e o aumento das exportações são alguns dos motivos que determinaram a alta dos preços do produto.
O quilo do café em pó subiu em 15 capitais. As altas mais expressivas ocorreram em Vitória (10,96%), São Paulo (9,88%), Campo Grande (8,77%) e Brasília (8,14%). As reduções foram registradas em Curitiba (-3,37%) e Recife (-0,18%). A preocupação com nova geada e em relação aos efeitos do clima na safra de 2022 resultou em alta do grão e do café no varejo.
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O quilo do tomate aumentou em 15 capitais, com destaque para Belo Horizonte (39,95%), Goiânia (34,24%), Fortaleza (34,10%), Florianópolis (33,86%) e São Paulo (31,63%). A maturação do fruto atrasou por causa do clima frio, provocando queda na oferta e alta de preço.
Entre junho e julho, o litro do leite integral teve acréscimos em 14 capitais e o quilo da manteiga, em 12. As maiores altas do leite foram observadas em Natal (5,71%) e Belém (5,60%). Já a manteiga teve os principais aumentos em Belo Horizonte (5,29%), Campo Grande (4,25%), Vitória (3,40%) e Natal (3,20%). Mesmo com a demanda enfraquecida, os preços dos derivados do leite seguem elevados devido à redução da oferta e aos altos custos de produção.
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O quilo da batata, pesquisada no Centro-Sul, teve redução de preço em oito das 10 capitais onde o tubérculo é pesquisado. As quedas oscilaram entre -23,61%, em Brasília, e -9,04%, em Goiânia. As altas ocorreram em Curitiba (1,11%) e Vitória (4,47%). A redução dos preços foi causada pela ampliação da oferta.
O preço do quilo do arroz recuou em 14 capitais, com destaque para Porto Alegre (-5,41%), Goiânia (-4,68%) e São Paulo (-4,20%). Apesar da maior demanda das indústrias manufatureiras e do crescimento nas exportações do grão, o preço do arroz ainda esteve em queda em julho.
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Substituições e pesquisa ajudam a economizar
Para o consultor de varejo e professor, Marco Quintarelli, a alta de alimentos foi puxada pelos problemas na produção no campo, além da variação cambial. "Todos os produtos de negociação de bolsa, as commodities (mercadorias), aumentaram", explica.
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Ainda segundo Quintarelli, uma forma do consumidor lidar com alta no preço dos alimentos é fazendo substituições. "É possível trocar a carne pelo ovo ou frango, que tem preços mais acessíveis; substituir o arroz por um tubérculo como a batata, procurar por legumes e verduras da época, que são mais baratos; além de não se deixar levar por marcas e ser mais aberto para experimentar produtos novos, com preços melhores", complementa.
Por fim, o professor indica a pesquisa como uma forma de economizar na ida ao supermercado. "A pesquisa é o grande diferencial. E a concorrência entre mercados facilita muito isso, pois onde tem uma variedade muito grande de lojas faz com que o varejista apresente preços mais competitivos", diz.
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