Campos Neto lembrou que autoridades monetárias de países desenvolvidos têm elevado os juros para conter o movimento inflacionário global Wilson Dias/Agência Brasil

Brasília - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta quinta-feira, 19, que parte da desinflação ocorrida nos últimos meses decorreu do corte de impostos sobre combustíveis e energia elétrica. "A inflação estaria em 9%, e não em 5,8%, se não fosse essa redução de impostos", respondeu, em palestra na a UCLA Anderson School of Management.
Em entrevista na quarta-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a manutenção da Selic nos níveis atuais, enquanto a inflação já está rodando abaixo de 6%.
Campos Neto lembrou que mesmo as autoridades monetárias de países desenvolvidos estão subindo mais os juros para conter o movimento inflacionário global.
"Entendemos que nossa taxa de juros está alta", admitiu o presidente do BC. "Mas não manejamos curva futura, só meta a Selic. Não ajudaria em nada cortar juro de curto prazo, porque os investimentos usam taxas de longo prazo", completou.