Preço do ar-condicionado teve alta de 24,8% em seis meses Shutterstock

São Paulo – Os produtos eletroeletrônicos ficaram mais caros no Natal em 2023. É o que aponta o Índice Fipe/Buscapé, que monitora 47 categorias e mais de 2 milhões de preços continuamente, com informações do principal comparador de preços do país. Segundo o estudo divulgado nesta sexta-feira, 12, o preço médio dos eletroeletrônicos do Brasil cresceu 1,88% em relação ao mês anterior, o maior aumento em dois anos.
Segundo Sérgio Crispim, pesquisador da Fipe e responsável pelo índice, essa variação vem logo após a maior queda mensal de preços, de 1,7%, registrada em novembro de 2023, com influência de uma Black Friday mais vigorosa. “Embora os números de novembro e dezembro sejam relativamente fortes em sentidos opostos, no acumulado dos dois meses a variação dos preços foi de apenas 0,1%”, explica.
Em comparação a dezembro de 2022, o mês apresentou uma queda de 6,3%, ancorado principalmente à redução acentuada nas categorias de celulares (-15,4%), monitores (-13,7%), notebooks (-12,7%) e tablets (-10,8%). Apenas três categorias apresentaram aumento de preços nesse período: ares-condicionados (24,2%), ventiladores e circuladores (4,7%), e fogões (1,4%).
Mesmo com a maioria dos eletroeletrônicos apresentando reduções de preço durante 2023, o ar-condicionado seguiu o caminho inverso. Apenas no segundo semestre do ano, de julho a dezembro, o produto teve um aumento acumulado de 24,8%, justificado principalmente pelas ondas de calor vividas no período.
Ao analisar o ano por completo, o acumulado de 24,2% reflete como o primeiro semestre contou com preços mais estáveis no produto, com uma redução de -0,5%, mas a disparada a partir de julho fez com que os brasileiros precisassem desembolsar mais para se refrescar nos recordes de temperatura registrados.
O mês com maior acréscimo de preço no ano foi dezembro, onde o aparelho ficou 7,4% mais caro. Os aumentos em julho (+0,5%), agosto (+1,1%), setembro (+3,8%), outubro (+5%) e novembro (+5%) colaboraram diretamente para que o valor do produto ficasse muito acima da inflação, que fechou o ano em 4,62%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).