Projeção de 2024 passou de 3,88% para 3,90%Reprodução
Considerando as 43 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,90% para 3,93%. Para 2025, a projeção passou de 3,78% para 3,77%, considerando 43 atualizações no período.
Para 2026, a expectativa seguiu em 3,60% ante 3,50% de um mês atrás. O governo já sinalizou a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos, mas ainda não publicou o decreto para regulamentar a meta contínua.
Na sexta-feira, 7, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o documento seria conhecido até o fim deste mês. A informação havia sido adiantada ao Estadão/Broadcast pela manhã pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.
No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa para o IPCA seguiu em 3,50%, como está há 49 semanas. As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em maio projeção de 3,8% para o IPCA de 2024, depois de o indicador ter ficado em 3,5% nas reuniões anteriores, de dezembro, janeiro e março. Para 2025, a projeção também subiu, para 3,3%.
Projeção suavizada
Os economistas do mercado financeiro revisaram para baixo a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana de 3,64% para 3,63%, de 3,60% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição a de ano calendário. O centro da meta é 3% em 2024, 2025 e 2026.
Curto prazo
Os economistas elevaram levemente as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus. A mediana para maio de 2024 passou de 0,39% para 0,40%. Há um mês, a projeção era de 0,30%. Para o IPCA de junho, a estimativa subiu de 0,20% para 0,21%, de 0,17% um mês antes. Já para julho, a previsão para o indicador seguiu em 0,12%, de 0,15% de um mês antes.
Para 2025, no entanto, o documento trouxe manutenção da estimativa de crescimento do PIB em de 2,00%, como já está há 26 semanas. Considerando as 27 respostas nos últimos cinco dias úteis, porém, a estimativa para o PIB de 2025 caiu de 2,00% para 1,95%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 44ª semana consecutiva. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 46 semanas.
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,5%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
O relatório bimestral de despesas e receitas divulgado em maio revisou o resultado primário para um déficit de R$ 14,5 bilhões (0,1% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras."
Já a estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 passou de 6,96% do PIB para 7,04%, ante 6,80% do PIB de um mês. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.
A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2024 passou de 63,70% para 63,65%, de 63,90% de um mês atrás.
Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado passou de 0,60% para 0,67% do PIB, ante 0,60% de um mês atrás. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado previa uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano, mas o governo alterou a meta para 0% do PIB no projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLDO) para o próximo ano.
O déficit nominal projetado para 2025 subiu de 6,30% do PIB para 6,39%, ante 6,27% de um mês atrás. A estimativa para a dívida líquida no próximo ano seguiu em 66,50% do PIB, mesmo patamar de quatro semanas antes.
O Copom abandonou o forward guidance da reunião de março e cortou a Selic em 0,25 pp, para 10,50% ao ano em maio. A decisão dividida do colegiado deixou os indicados pela gestão Lula do lado que seguiria a sinalização de redução de 0,50 pp, enquanto os diretores que já estavam no BC antes deste governo optaram por diminuir o ritmo de cortes neste momento. Na ata, houve um grande movimento para explicar que a divergência se deu pela avaliação do custo reputacional de abandonar a sinalização.
Ao justificar a decisão, o BC disse entender que ela é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. Na semana que vem, o Comitê volta a se reunir para definir o rumo da taxa básica de juros.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025, porém, foi elevada, de 9,18% para 9,25%, ante 9,00% de há um mês. Considerando apenas as 41 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 avançou de .9,00% para 9,25% ao ano.
Para 2026, a projeção continuou em 9,00%, como já estava também há um mês. Para 2027, a estimativa seguiu da mesma forma em 9,00%, de 8,63% de um mês atrás.
Já para 2025, a estimativa de déficit foi ampliada para R$ 41 bilhões - de US$ 40,00 bilhões na semana passada, mesmo patamar de quatro semanas atrás.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2024, a projeção passou de US$ 82,26 bilhões para US$ 82,51 bilhões, contra US$ 80,00 bilhões há um mês.
Para 2025, a mediana seguiu em US$ 78,00 bilhões, de US$ 76,15 bilhões de quatro semanas atrás.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) é mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes.
A mediana das previsões para o IDP em 2024 seguiu em US$ 70,00 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 69,50 bilhões. Para 2025, a estimativa baixou para US$ 72,50, US$ 73,00 bilhões da semana passada, mesmo patamar de um mês antes.
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