No lugar de R$ 22, a mulher pagou R$ 1.022 em duas dúzias de ovosArquivo/Agência Brasil
Golpe do ovo: cliente paga R$ 1.022 em duas dúzias de ovos em SP após ser enganada
Crime ocorreu em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo
Uma mulher foi vítima de um golpe enquanto comprava duas dúzias de ovos de um suposto vendedor que passava em frente a sua residência, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, na quarta-feira, 31, divulgando a venda do produto alimentício.
A vítima fez o pagamento com o cartão, mas foi surpreendida ao conferir o preço cobrado, posteriormente, no extrato bancário. No lugar de R$ 22, a transação consta no valor de R$ 1.022.
Conforme imagens veiculadas pelo programa Balanço Geral, da TV Record, no momento em que a cliente realiza o pagamento, o rapaz aparece tranquilamente ao seu lado com a maquininha para fazer a cobrança.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o caso foi registrado como estelionato pela Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 1º DP de Taboão da Serra. "A autoridade policial aguarda a representação criminal para dar prosseguimento nas investigações", afirma a pasta.
O que é estelionato?
Estelionato é todo golpe ou fraude em que o indivíduo usa para enganar outra pessoa, buscando gerar prejuízo financeiro.
"O estelionato, basicamente, é o golpe onde se busca trazer um prejuízo financeiro para a vítima e um ganho patrimonial para o estelionatário ou para terceiros", afirma Rafael Paiva, advogado criminalista e professor de Direito Penal.
O crime leva em conta 4 quesitos para a sua caracterização, segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios:
Obtenção de vantagem ilícita;
Causar prejuízo a outra pessoa;
Uso de meio de ardil ou artimanha;
Enganar alguém ou a levá-la a erro.
Qual a pena?
A pena para o crime de estelionato vai de um a cinco anos. "É uma pena que considero extremamente baixa, considerando o mal que ele pode causar na vida de uma pessoa", avalia Paiva.
Por que o crime se tornou mais comum?
"Com o advento do Pix e todas as ferramentas de internet, com certeza o crime de estelionato tem se tornado cada vez mais comum e agora os meios digitais trazem um tipo de estelionato muito mais fácil de ser praticado, porque atinge um número indeterminado de pessoas", afirma o advogado.
Para ele, a legislação deveria passar a prever a modalidade do estelionato virtual. "E que esse estelionato virtual tenha uma pena, inclusive, maior do que a do estelionato comum."
Dicas para o consumidor se proteger:
Tome cuidado com a oferta. Normalmente, quando a oferta é muito boa, há grande probabilidade de ser um golpe;
Fique atento ao realizar o pagamento por meio de maquininhas, seja ao receber encomenda em casa ou no estabelecimento comercial. Se observar algo suspeito, não realize a transação;
Não clique em links desconhecidos: sempre busque telefones de centrais de atendimento na internet, nunca naquele que recebe por e-mail ou por mensagem de SMS ou WhatsApp;
Cuidado com qualquer tipo de compra na internet de sites desconhecidos; faça uma verificação prévia sobre a idoneidade da empresa em questão;
Nunca aceitar ajuda de estranhos para pagar contas, sacar dinheiro ou fazer operação em caixa eletrônico.
Alta de casos de estelionato
Conforme reportagem do Estadão, o total de estelionatos cresceu 8,2% no País no ano passado ante 2022, segundo o Anuário da Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram quase dois milhões de vítimas de algum tipo de golpe.
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