Projeções dos analistas para a inflação de 2024 e para a evolução do PIB brasileiro subiram nesta semanaMarcello Casal / JrAgência Brasil
A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou menos (1,5% a 4,5%). Se a inflação ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido o alvo.
A estimativa intermediária para a inflação de 2024 passou de 4,89% para 4,91%, também acima do teto, de 4,50%. Quatro semanas atrás, estava em 4,63%. Levando em conta apenas as 100 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 4,93% para 4,94%.
A mediana para a inflação de 2026 se manteve em 4,0%, contra 3,78% há quatro semanas. A projeção para 2027 passou de 3,66% para 3,80%, de 3,51% um mês antes.
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária O colegiado espera um IPCA de 4,0% nos quatro trimestres fechados nesse período, no cenário com a taxa Selic do Focus e dólar começando em R$ 5,95 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).
Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,90% e desacelere a 4,50% em 2025.
A estimativa intermediária para 2025 passou de 2,01% para 2,02%, contra 1,95% um mês antes. Levando em conta apenas as 67 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana oscilou de 2,10% para 2,00%.
Os economistas do mercado revisaram a projeção de crescimento da economia para 2026, passando de 2,00% para 1,90%, após 71 semanas de estabilidade. Para 2027, a estimativa permaneceu em 2,0%, como já está há 74 semanas.
O Banco Central revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 de 3,2% para 3,5%. A projeção para 2025 passou de 2,0% para 2,1%. Os números constam no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, divulgado na última quinta-feira, 19.
Considerando apenas as 96 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 passou de 14,50% para 15,00%.
A mediana para os juros no fim de 2026 passou de 11,25% para 11,75%, contra 10,00% um mês antes. A projeção para o fim de 2027 se manteve em 10,0%, ante 9,50% de quatro semanas atrás.
O movimento de elevação das expectativas já havia sido detectado pelo Projeções Broadcast. Após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, na última semana, a pesquisa mostrou que houve avanço da estimativa intermediária para a taxa Selic no fim de 2025, de 14,75% para 15%.
O RTI, por sua vez, reforçou o cenário de deterioração da inflação, já sinalizado na ata da última reunião do Copom, e firmou a percepção do mercado de que será preciso uma taxa de juros rodando acima de 13,75% - estimativa adotada como pico do juro básico no cenário de referência do RTI - para a convergência da inflação à meta de 3%.
A moeda americana fechou a última sexta-feira, 20, em R$ 6,0721, em mais um dia de intervenção pesada do Banco Central no mercado de câmbio, com injeção de US$ 7 bilhões. O resultado do fechamento da semana representou um alívio ante o pico visto no fechamento da última quarta-feira, 18 (R$ 6,2657), mas ainda assim uma alta de 0,68% na semana.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
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