Recuperação judicial permite a recomposição das dívidas a partir de negociações diretas entre empresa e credoresReprodução
Segundo a advogada Juliana Biolchi, coordenadora do Obre, esse dado reflete uma tendência de que a recuperação extrajudicial tem se tornado a opção preferida por empresas maiores. “Uma primeira hipótese para esse cenário diz respeito à sofisticação da modalidade extrajudicial, que requer equipes e recursos para acessar profissionais especializados capazes de absorver a sua complexidade”, explica.
Os dados de 2024 mostram ainda que o número de empresas que acessaram essa ferramenta de negociação cresceu 150% nos últimos três anos. “Cada vez mais o empresário entende que a cultura do litígio prolonga o comprometimento das empresas e aumenta os custos diretos e indiretos com o processo, inclusive reputacionais. Enquanto a modalidade extrajudicial se mostra mais rápida, discreta e eficaz ao negociar, evitando falências, além de encurtar o tempo de recebimento", destaca Biolchi.
A recuperação extrajudicial permite a recomposição das dívidas a partir de negociações diretas da empresa com os seus credores. Esses acordos ocorrem fora do âmbito judicial, ampliando a autonomia das partes. Desde a reforma de 2020, essa abordagem se tornou mais acessível, permitindo a negociação de dívidas bancárias ou com fornecedores, débitos trabalhistas e benefícios fiscais federais.
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