A Associação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Rio Indústria) se posicionou contra o aumento da taxa Selic. A entidade acredita que a medida representa um “tiro de canhão” contra a atividade empresarial, principalmente o setor industrial. Segundo ela, a elevação dos juros impacta diretamente o setor, tornando o custo do capital de giro "exorbitante" e dificultando a manutenção e expansão das operações das empresas.
"O Brasil hoje apresenta uma das taxas de juros mais altas do mundo. Com uma taxa real de juros próxima a 10%, temos uma situação absolutamente fora da realidade global. Nenhum país saudável consegue sustentar uma política econômica que penalize tanto sua atividade produtiva”, avalia presidente da associação, Sérgio Duarte.
A Rio Indústria afirma que a alta nos juros, somada aos spreads bancários elevados, tem gerado uma situação insustentável, especialmente para as indústrias. “A taxa de juros elevada e os custos adicionais dos bancos estão inviabilizando o acesso ao crédito para a grande maioria das empresas. Para muitos empresários, tomar crédito a juros de 30% a 40% ao ano é assinar a sentença de morte de suas empresas”, destaca o presidente.
Além disso, a política monetária atual afasta ainda mais o setor industrial da recuperação econômica que tanto necessita. O aumento da Selic compromete a competitividade da indústria brasileira, que já enfrenta dificuldades diante da concorrência externa.
A Rio Indústria entende que é fundamental haver um equilíbrio entre a política fiscal e econômica, mas a elevação da taxa de juros não pode ser a solução para os problemas fiscais do país. “Não podemos sacrificar a atividade produtiva e, com ela, os empregos e a geração de renda para o Brasil. O aumento da Selic prejudica diretamente as empresas que geram empregos e sustentam a economia. Estamos vendo, infelizmente, que muitas empresas, especialmente as que já estavam enfrentando dificuldades, estão sendo forçadas a fechar suas portas”, conclui Duarte.
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