Rodrigo Amorim na sabatina do 'Movimento Rio em Frente'Eduardo Uzal / Divulgação / Agência O Dia

Rio - O encerramento da 6ª edição do 'Movimento Rio em Frente' ficou por conta do candidato do União Brasil, Rodrigo Amorim. A série de entrevistas com os prefeitáveis da capital carioca apresentada pela Fecomércio-RJ, com realização dos jornais O DIA e MEIA HORA, em parceria com o SBT e Veja Rio, foi realizada de segunda a esta sexta-feira no auditório da entidade, no Flamengo, Zona Sul.

Amorim sucedeu os candidatos Cyro Garcia (PSTU) e Tarcísio Motta (PSOL) e conversou com a apresentadora Isabele Benito, âncora do SBT Rio, sobre os seus projetos para a cidade do Rio. Entre eles, zerar as ocorrências nas áreas turísticas e na Orla em seis meses e zerar a fila do Sistema de Regulação (Sisreg) no mesmo prazo.

Confira abaixo os principais trechos da conversa, que foi transmitida ao vivo pelas plataformas digitais do DIA, como YouTube e Facebook, e também pelo SBT News.

Você pretende, se for eleito, permitir que, com o cartão do SUS, os cidadãos cariocas agendem ou desmarquem consultas por meio de um aplicativo. De que forma isso será implantado?

Rodrigo Amorim - A saúde é um problema crônico do rio, a saúde do rio está doente, mas tem solução. A saúde de competência municipal se refere aos hospitais de emergência e a saúde básica, o programa de saúde na família, a porta de entrada do cidadão para consultas e exames. E aí ele esbarra na famigerada fila do Sistema de Regulação (Sisreg), que pretendemos resolver com tecnologia.
Quando um paciente vai num posto de saúde e numa emergência municipal, não há conexão dos prontuários, isso atrapalha sensivelmente o médico na ponta.Quando a gente conseguir unir toda a vida do paciente na rede municipal, vamos também conseguir que ele marque a consulta através de um aplicativo. Sei que a consulta é um grande dilema. A atual prefeitura criou uma aberração: a fila da fila.
O cidadão vai a uma unidade de saúde da família, é ouvido por um técnico, que faz um diagnóstico preliminar. A partir desse momento, ele é inscrito numa fila alternativa. Existe uma marcação para daqui a um ano, o que é uma covardia com a população.
Outra covardia para maquiar números: às vezes, o cidadão para de reclamar pela demora na marcação de seu procedimento e ele é simplesmente retirado da fila. É fundamental que criemos um conjunto de ações, que passa por um mutirão de atendimentos e por contratações para que a gente zere a fila do Sisreg. É possível zerar a fila do Sisreg em seis meses. Temos ampla capacidade, muito hospitais federais, precisamos de diálogo com o governo estadual e com o governo federal. E ampliar a capacidade da saúde da família. São R$ 9 bilhões de reais todos os anos para a saúde. Precisamos de um choque de ordem e ter cuidado com as pessoas.

Você quer implantar em parceria com a iniciativa privada e fazer estacionamentos integrados aos transportes públicos. Em que este projeto poderia beneficiar a cidade?

Rodrigo Amorim - Este projeto é para facilitar a circulação de pessoas: temos um trânsito deplorável, sinais não sincronizados, o que faz com que o trânsito engarrafe. Além disso, vamos acabar com o BRT, é uma solução importante. Mas as pessoas não moram nas avenidas principais, moram nos bairros.
É necessário que a gente tenha linhas alimentadoras, estimule a carona, o transporte complementar. E o BRT poderia ser integrado a outros transportes que não são de competência municipal, como o metrô. Esse Jaé do prefeito Eduardo Paes não tem integração com o metrô, com o trem. E o prefeito ainda permitiu que o transporte complementar das estações do metrô fosse extinto.
O prefeito também acabou com as linhas de ônibus, não colocou ar condicionado na linha de ônibus. E o BRT nasceu errado, tinha que ter sido feito sobre trilhos, as linhas do BRT são ambientes planos. É necessário promover os estudos necessários para prever a realização disso. Ele fez errado para atender interesses de empresas de ônibus e interesses financeiros de empreiteiras.

Qual sua proposta para a mulher que precisa trabalhar e não tem com quem deixar os filhos? Você pretende abrir novas vagas em creches?

Rodrigo Amorim - É fundamental que, para manter suas famílias, elas possam sair de casa para trabalhar. A prefeitura diz que há um déficit de 12 mil creches. Eu vou além, digo que esse déficit é de 17 mil. Muitas vezes a mulher precisa de uma creche e dá o jeito dela. É fundamental que a gente utilize a iniciativa privada, contrate por esquema de vouchers vagas em creches. Faremos um edital, empresário com unidade privada diz quantas vagas pode oferecer e a que preço. E prefeitura para o particular para que aquela mãe possa deixar o seu filho em uma creche perto de casa.

Você pretende transformar a Guarda Municipal em uma Polícia Municipal, armando os agentes. Tem algum estudo que aponte que essa medida resultará em um combate mais efetivo no combate à criminalidade? Você acredita mesmo que mais armas podem trazer algum benefício contra a violência?

Rodrigo Amorim - Estamos promovendo alguns estudos sobre a integração das forças de segurança. É necessário refundar a guarda, temos uma guarda envelhecida, com déficit operacional. São 7 mil homens, muitos cedidos a alguns órgãos públicos. Motoristas de aplicativo, taxistas, camelôs estão tomando multas de agentes. A guarda municipal não pode confrontar essas pessoas. Combatemos a máfia do reboque e a indústria da multa, cujo pai é Eduardo Paes.
Pretendemos elevar a Guarda Municipal ao status de secretaria, no lugar da secretaria de Ordem Pública. Seria a secretaria da Guarda, que estará para a prefeitura como a Polícia Militar está para o governo do estado. E a Defesa Civil municipal estará para a prefeitura como o Corpo de Bombeiros está para o governo do estado. A polícia municipal não mais fará fiscalização, irá confrontar o vagabundo, aquele que delinque nas cidades, o criminoso. Vamos fazer rondas, polícia na rua, ostensividade.
Atuação diferente, mas integrada com a Polícia Militar. Sou a favor dos agentes armados, para salvaguardar o agente público e o cidadão carioca que precisa ter paz para andar nas ruas do Rio de Janeiro. Tenho o compromisso de zerar a incidência criminal nos pontos turísticos e na orla em seis meses.