RobinhoReprodução: redes sociais

Rio - A defesa da mulher vítima no processo que condenou o ex-jogador Robinho por estupro na Itália está confiante que a pena será cumprida no Brasil. Em entrevista à ESPN, o advogado Jacopo Gnocchi disse que o otimismo é grande para que o jogador cumpra prisão no Brasil, já que a legislação não permite a extradição de cidadãos nascidos no país.
"Nós estamos absolutamente otimistas que o Brasil reconhecerá a legalidade do pedido da Justiça italiana e executará a pena no Brasil. Nós sempre dissemos que, para nós, é indiferente que a condenação seja cumprida na Itália ou no Brasil. O importante é que seja executada. Isso é o relevante. Sabemos que o Brasil não fará a extradição por causa da Constituição do país, e isso é algo que respeitamos. Mas, se há a possibilidade de a execução ser feita no Brasil, que seja executada"", afirmou o advogado.
Nos últimos dias, a Justiça brasileira deu os primeiros passos para que Robinho e Roberto Falco, seu amigo que também foi condenado no processo, cumpram a pena no país. O caso está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e já existe o aval do Ministério Público para seguir caminhando.
"Nós temos confiança que, num curto espaço de tempo, as coisas chegarão a um bom final, de acordo com a legislação brasileira. E que, dessa forma, Robinho e (Ricardo) Falco, que são os dois efetivamente condenados pelo ato, sejam presos e cumpram a pena no cárcere brasileiro", disse Gnocchi.
O advogado também revelou como tem sido a vida de sua cliente, atualmente com 32 anos. Segundo ele, a vítima segue sua vida na Itália e não mostra frustração pelo fato de Robinho estar livre no Brasil, mesmo condenado desde 2022.
"Não se sente frustrada, até porque o processo aqui na Itália terminou, em janeiro do ano passado, com a condenação, que era o que a gente buscava. Sabemos que há a questão da execução da pena dos dois condenados, que estão fora da Itália, mas, ainda assim, ela não se sente frustrada. Ela está confiante no êxito final. Estamos a poucos passos de obter a justiça correta e final”, garantiu Jacopo Gnocchi.
RELEMBRE O CASO
No início do ano passado, Robinho foi condenado em última instância a nove anos de prisão sob o crime de estupro. A justiça italiana considerou que o ex-atacante estuprou uma jovem albanesa em uma boate de Milão em 2013, junto de seu amigo Ricardo Falco e mais quatro pessoas não identificadas.
Apesar de condenado, o ex-atacante nunca cumpriu sua pena, pois havia se mudado para o Brasil antes do veredito. Sendo assim, beneficiou-se da lei brasileira, que diz que pessoas nascidas no país não podem ser extraditadas.