Vítor Pereira está pressionado no Flamengo e Mauricio Barbieri vive bom momento pelo VascoFotos de Gilvan de Souza/Flamengo e Daniel Ramalho/Vasco

Em dois inícios de trabalho, quem diria que o responsável por montar um time praticamente do zero estaria em melhor situação do que o outro que chegou em um grupo campeão e manteve sua base? Pois é o que acontece com os técnicos do Vasco e do Flamengo, que se enfrentam nesta segunda-feira, às 21h10, no Maracanã no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Carioca.
Enquanto Mauricio Barbieri tenta manter a boa fase e aumentar a vantagem do Cruz-Maltino de dois resultados iguais para ir à final, Vitor Pereira busca sobreviver no cargo e afastar a pressão no Rubro-Negro. No primeiro confronto entre eles, o vascaíno levou a melhor com a vitória por 1 a 0.
As duas situações, inclusive, mostram como os dois clubes tratam a questão de um projeto de futebol. Agora sob a direção da SAF, o Vasco apostou em Mauricio Barbieri para dar início a uma forma de jogar do time, algo que ele fez nos últimos anos no RB Bragantino. Do outro lado, Vítor Pereira sofre com a falta de critério da diretoria do Flamengo, que segue trocando técnicos com perfis distintos, numa eterna mudança de características de jogo.

Diferença de pré-temporada entre Flamengo e Vasco pesa

Pesa também o tempo de pré-temporada. Enquanto a vascaína começou em 12 de dezembro, a rubro-negra teve início no dia 26, um mês antes do início da primeira de três decisões que o time teria.
Mesmo com o elenco em formação e a chegada de 12 contratações ao longo desses meses, Barbieri teve tempo para implementar uma nova forma de jogar do time nos treinos. Depois, encaixou aos poucos as novas peças, que deram maior qualidade técnica, o que tem dado certo: são cinco vitórias seguidas.
Já Vítor Pereira, que identificou a necessidade de mexer no sistema defensivo quando chegou, teve menos de 20 dias de trabalho até a estreia do time principal na temporada. E foi  em busca da melhor formação que perdeu os títulos da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana, além da eliminação na semifinal do Mundial de Clubes. A parte física também deixou a desejar, com quedas de desempenho acentuadas nos segundos tempos.
Essas derrotas - somadas às dos clássicos com Vasco e Fluminense - potencializaram ainda mais as críticas pelas atuações ruins do Rubro-Negro e que, somadas a decisões e substituições ruins, aumentaram a pressão pela demissão do português.
Os dois confrontos com o arquirrival serão determinantes para o futuro no Flamengo, enquanto Barbieri tem no tempo uma fator a seu favor, graças às boas atuações recentes, que devolveram a confiança da torcida em dias melhores.