Cuca é o novo técnico do CorinthiansRodrigo Coca/Agência Corinthians

Rio - A condenação de Cuca por envolvimento no abuso sexual de uma menor em 1987, na Suíça, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (25). Em entrevista ao "UOL", o advogado suíço Willi Egloff, que defendeu a vítima na época do crime, desmentiu a versão dada pelo treinador e afirmou que ele foi, sim, reconhecido por sua cliente na época do crime como um dos estupradores.
"A declaração de Alexi Stival (Cuca) é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor", disse o advogado.
Ao ser apresentado pelo Corinthians na última sexta-feira (21), o treinador afirmou categoricamente, em mais de uma oportunidade, que não foi reconhecido pela vítima.
"Se fosse no tempo de hoje, se tivesse acontecido agora, ia me favorecer muito. Você ia ouvir a moça: "Não, ele não estava. Não, ele não estava. Não, ele não estava". Foram três vezes. Pronto. Eu já estou absolvido. Não existe coisa mais absoluta do que a palavra da vítima. Existe? Não existe", disse Cuca na ocasião.
Egloff também confirmou a informação publicada em 1989 pelo jornal "Der Bund", de Berna, de que foi encontrado sêmen de Cuca na vítima. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna.

Entenda o caso

Em 1987, Cuca jogava pelo Grêmio e foi defender o clube gaúcho em uma excursão pela Europa. Ele e mais três colegas de time, Eduardo, Henrique, e Fernando, foram detidos sob a acusação de terem relações sexuais com a garota sem consentimento em um quarto de hotel.
Dois anos após o caso, Cuca e mais dois companheiros, Eduardo e Henrique, foram condenados pela justiça suíça a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando, o quarto jogador presente no local, foi absolvida da acusação de atentado ao puder, mas também condenado por ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles nunca cumpriram a pena.