Governo Federal deve regulamentar apostas esportivas no BrasilReprodução

Rio - Apesar do escândalo de manipulação, descoberto pela Operação Penalidade Máxima, o Governo Federal não tem a intenção de proibir as casas de aposta de atuarem no Brasil. Em entrevista ao "UOL", o assessor especial do Ministério da Fazenda, José Francisco Manssur, afirmou que a intenção é regulamentar, e não acabar com o seguimento no país.
"Acredito muito em tecnologia, não acredito na proibição pura e simples, na paz dos cemitérios, as pessoas vão continuar fazendo clandestinamente e sem arrecadar para o governo. O governo quer arrecadar para fazer frente às necessidades de saúde, educação, habitação, saneamento, aquilo que tem que prover para a população. Não é justo que todos os segmentos gerem impostos e esse não. Mas uma arrecadação saudável, que não mate o sistema", disse Manssur.
O assessor também deu detalhes de como será a Medida Provisória que está sendo elaborada pelo Governo Federal para regulamentar e monitorar as apostas.
"É muito ruim para o produto se a gente estigmatizar os atletas como fraudadores. O atleta é aquele que luta a vida inteira, o fraudador, aquele que se deixa corromper. É a minoria, senão a gente vai matar o produto. Se a gente presumir que todo mundo está fraudando, a gente mata o esporte e não é isso que a gente quer. Queremos investigar aqueles que se corrompem para deixar o sistema indene. É preciso dizer que os jogadores e os operadores [casas de aposta] não são corruptos, corrupto é o fraudador. Alguns estão fazendo isso, uma minoria, a gente vai investigar e punir", garantiu .
"Hoje, se você faz uma aposta, você recebe um pix minutos depois. Todos esses meios, para quem não tiver credenciado, vão estar limitados pelo BC. O cara vai ter que fazer uma conta fora e com a possibilidade de o Governo derrubar sites, uma vez que estiver na ilegalidade. A gente pode separar o joio do trigo; não acredito em proibição, é apostar em tecnologia, fiscalização, inteligência e método", completou.
Manssur também falou que as apostas podem gerar uma receita importante não só para o país, mas também para os clubes.
"O mercado tem muitos tamanhos. Tem a empresa de apostas da cidade, credenciada no Brasil, que vai procurar o time da Série C. Das Séries A e B, são 39 de 40 clubes. Nas séries C e D, quase 80% têm patrocínio de mercado. Ou seja, para o mercado o clube é fundamental, e para os clubes é uma receita fundamental para o futebol brasileiro como um todo", finalizou o assessor.