Jogo da Copa Sul-Americana entre Huracán e Emelec, na Argentina, teve ataques racistas denunciadosAlejandro Pagni / AFP

Mais uma denúncia de racismo em uma partida da Copa Sul-Americana nesta semana. Desta vez foi o técnico do Emelec, Miguel Rondelli, quem denunciou ataques racistas a seus jogadores na partida contra o Huracán, na Argentina. É o terceiro caso nos últimos dias.
"Quero repudiar porque, depois que marcamos o gol que foi anulado, começamos a sofrer assédio da população do Huracán. Eles nos insultaram o jogo inteiro, e não estou reclamando disso, faz parte. Mas chamar meus jogadores de escravos e negros de m... parece não fazer sentido", disse Rondelli na entrevista coletiva após empate em 2 a 2.
O técnico do Emelec pediu à Conmebol e às autoridades argentinas medidas duras para dar fim aos ataques racistas nos jogos de futebol.
"Estamos em um momento difícil, chamar uma pessoa de 'escravo' no século 21 não me parece mais, isso ficou para trás. Acho que tem que tomar uma atitude sobre o assunto, não apenas anunciar pelos alto-falantes, mas as multas têm que ser severas, porque, se não, isso vai acontecer de novo", completou.
Além do Emelec, o atacante colombiano Hugo Rodallega, do Independiente Santa Fé, da Colômbia, também denunciou ataques racistas sofridos na Argentina, no jogo Gimnasia y Esgrima, na quarta-feira. E Ângelo disse que foi chamado de "macaco" na derrota do Santos para o Audax Italiano, do Chile.
Na quarta, a Conmebol anunciou uma multa de 100 mil dólares (cerca de R$ 500 mil) ao Racing, por insultos racistas proferidos por seus torcedores contra a torcida do Flamengo, em jogo pela Libertadores este ano.
Os casos de racismo em jogos de Libertadores e Sul-Americana, em especial na Argentina, vem acontecendo desde o ano passado. Torcedores de Corinthians, RB Bragantino e Fortaleza foram alguns dos alvos, assim como o Atlético-MG na Venezuela e o Flamengo no Chile.