Florentino Pérez é o presidente do Real MadridAFP

Espanha - Presidente do Real Madrid, Florentino Pérez se pronunciou sobre a vitória do meia Rodri e o segundo lugar de Vini Jr. no prêmio Bola de Ouro, de melhor jogador da temporada 2023/24. O dirigente criticou o sistema de votação da revista France Football, que promove a cerimônia. 
"Vinicius foi o grito da torcida mundial. Mas também a maioria dos leitores do L'Equipe deu Vini Jr. como o vencedor com 41%. Até eles (France Football) próprios fizeram uma pesquisa e Vini ganhou. Há jornalistas que ninguém conhece. Sem os votos de países como Uganda, Namíbia, Albânia e Finlândia, Vinícius teria ganhado esta Bola de Ouro", disse. 
Para Florentino, Rodri poderia ter o troféu em sua galeria, mas valendo na temporada anterior, 2022/23. O espanhol foi peça importante nas conquistas de Premier League, Copa da Liga Inglesa e Liga dos Campeões pelo Manchester City.
Rodri foi eleito melhor jogador do mundo pelo prêmio Bola de Ouro - AFP
Rodri foi eleito melhor jogador do mundo pelo prêmio Bola de OuroAFP
"Rodri é um grande jogador de futebol. Ele tem todo o nosso amor, mas vou te contar uma coisa. Tuttosport (jornal italiano) disse: 'A Bola de Ouro deveria ter ido para o Real Madrid'. Este ano eles compensaram Rodri pelo seu desempenho na temporada passada. Rodri merece a Bola de Ouro, mas não este ano. Mereceu vencê-la na temporada passada, quando conquistou a tríplice coroa com o Manchester City", destacou.
O mandatário do clube merengue opinou sobre o que, na sua visão, é desconsiderado pela France Football: relevância de países e comunicadores escolhidos para a votação.
"É surpreendente que, quando se trata de futebol, existam países onde jornalistas com menos de um milhão de habitantes podem votar agora."

Confira o discurso completo de Florentino Pérez:

"O certo é que aconteceram coisas que são surpreendentes que eu quero contar. Por exemplo, surpreende que o comunicado da UEFA, e não esqueçam que pela primeira vez entregaram o prêmio com o grupo que é proprietário da France Football e do L'Equipe, que o comunicado da UEFA quando entra na organização, aponte que a entrada da UEFA não teria nenhum impacto no sistema de votação, que permanecia inalterado e independente. Caramba, para não ter nenhuma mudança, mudaram bastante.

Isso dizia o comunicado, mas alteraram o sistema de votado aumentando o número de jogadores a serem contados, de 5 para 10. Também aumentaram os pontos que cada jornalista pode dar a um só jogador, de 6 para 15, mais do dobro. E também é surpreendente, tenho que dizer, que sendo o futebol o único esporte global que há no mundo, jornalistas de países como a Índia, que representa 1,5 bilhão de pessoas não participem este ano na votação da Bola de Ouro e que jornalistas de países de menos de um milhão de pessoas participam por primeira vez este ano. E que, além disso, ninguém os conhece.

Com estas regras, sem o impacto dos votos de jornalistas de somente quatro países, de Namíbia, Uganda, Albania e Finlândia, Vinicius seria o Bola de Ouro. Destes quatro países, alguns sequer colocam o Vinicius entre os 10 melhores, ou seja, não lhe dão nenhum ponto. De verdade, alguém entende que esses jornalistas considerem que Vinicius seja um dos melhores, que não deem um só ponto? Pelo menos, destes quatro países, o jornalista finlandês se demitiu, reconhecendo o seu erro na hora de votar e falou que nunca mais formaria parte do júri da Bola de Ouro. Vou te dizer, agradeço, pelo menos reconhece.

Teríamos que perguntar aos organizadores da Bola de Ouro quais são os critérios de escolha dos jornalistas que ninguém conhece, que são cerca de 100 ou não sei quantos. Ninguém os conhece. É evidente que eles podem fazer o que querem sem nenhum custo. Primeiro, eu perguntaria à France Football e ao L'Equipe, que criou junto com o Real Madrid a Copa da Europa nos anos 50 com a oposição da UEFA, se tem muito sentido se associar com a UEFA neste momento tão especial no qual os clubes europeus estamos lutando por nossa liberdade e sobrevivência, no qual os tribunais sentenciaram que a UEFA exerce um abuso de monopólio. É o momento de estarem juntos?

Acredito que a Bola de Ouro deve ser organizada de forma independente. Os votos devem estar nas mãos de pessoas reconhecidas e com prestígio, não sei, os técnicos, alguém conhecido, que eles entendam que com seus fotos colocam em risco sua reputação. Não sabemos quem voto e de países que não conhecemos. Bom, por tudo isso, o Real Madrid considerou oportuno não ir à cerimônia da Bola de Ouro."