Cafu foi capitão do último título mundial do BrasilAgência Brasil

Rio - Cafu, o capitão do pentacampeão, fez reflexões sobre o momento atual do futebol brasileiro em um texto emotivo, respondendo às muitas mensagens que recebeu nos últimos dias. Com uma carreira marcada por glórias e desafios, o ex-lateral destacou a transitoriedade dos ciclos no esporte. O campeão usou suas redes sociais para responder aos questionamentos.
Ao citar o atual momento da seleção brasileira, após a derrota de goleada para a Argentina por 4 a 1, que custou o emprego de Dorival Júnior, Cafu comparou a situação com a vivida pelo Brasil antes do ciclo vitorioso na Copa de 2002. Na ocasião, a Seleção por pouco não classificou para o Mundial, mas na Coreia e no Japão fez uma campanha perfeita, vencendo os sete jogos que disputou.
Em relação ao jejum que o Brasil vive de títulos mundiais, o ex-lateral-direito afirmou que por mais que isso esteja acontecendo o país ainda tem os melhores jogadores de futebol.
Confira a nota:
"Não costumo questionar o trabalho de ninguém, principalmente quando se trata de pessoas que admiro.
Devido a tantas mensagens que recebi nesses últimos dois dias, resolvi escrever este texto.
O que eu sei, o que aprendi ao longo de 16 anos de glórias e dificuldades constantes, período em que orgulhosamente representei a minha nação e me tornei o atleta que mais vestiu a camisa da seleção brasileira (foram 150 jogos oficiais), é que nenhum ciclo, seja bom ou ruim, dura para sempre.
O que estamos vivendo é transitório, um período de dificuldades, como todos ultrapassam em algum momento ao longo da vida, mas vamos nos recuperar. Hoje eu posso dizer, com a minha experiência – experiência de quem já levantou uma taça e ganhou duas Copas do Mundo –, que o Brasil tem time para virar esse jogo e conquistar o próximo mundial. Quem acreditava que, em 2002, o título seria nosso? Fomos para o Japão totalmente desacreditados e voltamos heróis. Nosso respeito e confiança estão abalados, mas não deixamos de ser pentacampeões. Somos os melhores, temos os melhores. Precisamos resgatar muitos valores, e, com organização e foco, sigo sonhando com o título em 2026. Nunca vou deixar de acreditar na seleção brasileira. Nunca vou julgar atletas que estão no mesmo lugar em que eu já estive um dia. Aliás, troco meu julgamento por apoio, porque é isso que vai fazer a diferença. Minha geração fez história, sou orgulhoso disso, mas essa história tem que continuar e vai continuar. A vida pessoal de ninguém é feita só de acertos e virtudes. Fora de campo, cada um que cuide de si. Cada um é livre para as suas escolhas. Aqui, o que discutimos é o esporte, o futebol. E enquanto nenhuma outra equipe, nenhum outro país for capaz de colocar cinco estrelas no peito, por favor, respeitem quem já o fez. Ajustes precisam ser feitos com urgência para voltarmos a ocupar nosso protagonismo, isso eu concordo. Estou incondicionalmente com a seleção.
Em breve, vamos voltar a brilhar. Eu acredito no hexa".