Gianni Infantino ao lado de Donald TrumpMandel Ngan / AFP
A estreita relação entre os dois líderes, amplamente demonstrada desde o retorno do presidente americano ao poder em janeiro de 2025, atingiu um novo patamar durante o sorteio da Copa do Mundo de 2026 na última sexta-feira, com a entrega do recém-criado "Prêmio da Paz da Fifa" a Trump.
A FairSquare argumenta que conceder tal distinção "a um líder político em exercício constitui uma clara violação do dever de neutralidade da Fifa", conforme estabelecido no Artigo 15 de seu código de ética.
Em sua denúncia, datada de segunda-feira e consultada pela AFP, a organização pede à comissão de ética que "examine as circunstâncias" que envolveram o anúncio deste prêmio em novembro e o papel de Infantino em todo o processo, detalhes sobre os quais a Fifa nunca forneceu informações.
A FairSquare também destaca o apelo feito por Infantino em outubro para que Donald Trump recebesse o Nobel da Paz, assim como seus comentários favoráveis em relação às políticas internas do presidente americano.
Já que os Estados Unidos são anfitriões da Copa do Mundo de 2026, juntamente com Canadá e México, "é natural e adequado que Infantino queira estabelecer uma relação funcional e diplomática com o presidente" americano, reconhece a ONG sediada em Londres.
Porém, "ao apoiar claramente a agenda política do presidente Trump nos âmbitos nacional e internacional", a atitude de Infantino ameaça "a integridade e a reputação do futebol e da própria Fifa", argumenta a FairSquare.
Contactada pela AFP, a Fifa não confirmou a apresentação da denúncia à sua comissão de ética nem comentou o seu conteúdo.

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