Faixa da torcida do Botafogo em homenagem ao norte-americano John TextorReprodução / Instagram @movnacag
Associativo do Botafogo afirma que 'robustos investidores' têm interesse na SAF
Clube pede para Justiça garantir direitos do clube caso a Eagle Holding não cumpra suas obrigações
Rio - O associativo do Botafogo se manifestou, nesta quinta-feira (14), sobre o processo que debate o controle da gestão da SAF do Glorioso. Os membros do clube pedem que a Justiça do Rio de Janeiro dê garantias de seus direitos e anunciou que há outros investidores interessados na sociedade.
É a primeira vez que o Associativo se manifesta publicamente sobre a questão jurídica da SAF. A Eagle Holding, no final de julho, entrou com ação contra John Textor, por considerar que o americano "tomou medidas ilícitas" durante a sua presidência. Dessa forma, os novos gestores da rede de clubes buscam retirar Textor do controle do Alvinegro.
De acordo com a petição assinada pelos advogados do clube e protocolada na 2ª Vara Empresarial de Justiça do Rio de Janeiro, há novos investidores interessados no controle do futebol do Glorioso.
"Atualmente o Clube Associativo vem sendo sondado por robustos e conhecidos investidores do mercado de capitais brasileiro, que vêm demonstrando aparente sólido interesse em adquirir o controle da SAF e de realizar significativos investimentos de longo prazo com vistas a obter retornos financeiros e esportivos também no longo prazo, de forma que o direito do Clube Associativo de retomar o controle da SAF não pode ser prejudicado por esta demanda", disse trecho da petição.
Sem citar nomes de investidores interessados, o clube optou por se manifestar sobre o processo da Eagle. A ideia é que a Justiça garanta ao associativo do Botafogo assumir o controle da SAF caso as obrigações não sejam cumpridas.
"Assim, o Clube Associativo requer que, na hipótese de V.Exa. deferir, total ou parcialmente, qualquer dos pedidos realizados pela Eagle Bidco no âmbito desta ação cautelar, o eventual deferimento de tais pedidos deverá ressalvar os direitos do Clube Associativo previstos no Acordo de Acionistas, incluindo, mas sem qualquer limitação, o direito potestativo de diluir a Eagle Bidco em caso de não cumprimento das obrigações de aporte previstas nas cláusulas 3.3 e 3.4 do Acordo de Acionistas", afirma a petição.
Assinado na compra da SAF por John Textor em 11 de março de 2022, o Acordo dos Acionistas determina que as cláusulas 3.3 e 3.4, mencionadas na ação, determinam as obrigações dos gestores durente o controle da empresa.
A primeira emenda garante que, em caso de falta de caixa na SAF, Textor precise cobrir com os próprios recursos, valores mínimos de despesas operacionais, de investimento e pagamento dos funcionários do futebol profissional da empresa. A segunda determina parâmetros de endividamento que o investidor deve garantir durante a gestão da sociedade.
Em julho, em carta assinada pelo presidente do associativo, João Paulo Magalhães Lins, o clube demonstrou preocupação sobre a disputa societária. Em carta destinada a Christopher Mallon, diretor independente da Eagle, o presidente defendeu e demonstrou apoio a John Textor.
"O clube não vai reconhecer nem tolerar quaisquer mudanças na atual composição da gestão e/ou do Conselho da Administração da SAF", disse a carta.

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