Presidente Rodolfo Landim quer construir estádio para mais de cem mil pessoasGilvan de Souza/C.R. Flamengo

Na noite desta quinta-feira, estiveram presentes na Gávea, cerca de 300 conselheiros do Flamengo para votarem 3 emendas ao estatuto do clube.
A primeira emenda foi aprovada sem problemas. Sem pontos polêmicos ou controversos, a emenda abordava a criação de um orçamento trienal.
A segunda emenda a ser votada, foi a que alterava de 3 para 4 anos o mandato do presidente do Flamengo, sem possibilidade de reeleição.
O texto sempre deixou uma interpretação dúbia sobre o início da vigência do mesmo. E não caiu bem, nem entre os associados, nem entre os conselheiros e muito menos na imprensa, a possibilidade de Landim poder ter o seu mandato "esticado" em mais 1 ano.
A reprovação foi tão grande, que forçou Landim e seus parceiros a se posicionarem contra uma emenda que foi criada e aprovada por seus conselheiros.
Vale ressaltar que, uma emenda para ir à votação no CODE - Conselho Deliberativo do Flamengo, precisa da assinatura de pelo menos 50 conselheiros. Ou seja, a situação sabia muito bem do que se tratava e recuou, quando viu a imensa reprovação que o texto causou.
Resultado: Emenda reprovada por unanimidade.
A terceira e última emenda, colocada na noite de quinta-feira para votação, era sem sombra de dúvidas a mais polêmica. A emenda propunha que, nenhum presidente ou vice-presidente geral do Flamengo, poderia ocupar cargo público eletivo. Essa emenda é vista pela oposição como uma forma de impedir um eventual retorno de Eduardo Bandeira de Melo como presidente do Flamengo. Uma vez que Bandeira ocupa cargo público eletivo, como deputado federal.
A situação esperava conseguir com facilidade a aprovação dessa emenda, uma vez que possui maior número de conselheiros que a oposição. Acontece que uma forte chuva na noite desta quinta-feira, um carro de som que ficou por alguns minutos a frente da Gávea, solicitando que os conselheiros votassem contra as emendas propostas pela situação e a derrota na noite anterior da equipe para o Athlético-PR, fizeram com que esse número não fosse tão superior quanto o esperado. Até membros da situação estavam alinhados com o voto da oposição.
E quando o presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Alcides Pinheiro da Silva Freire, convocou a votação chamando os que reprovavam a emenda a ficarem de pé, se surpreendeu com o número de pessoas que se levantaram e percebendo a derrota, iniciou uma manobra para evitar o derradeiro desfecho. Alcides propôs que se fizesse então uma votação identificada, o que causou espanto e indignação entre os opositores que se levantaram com dedo em riste, dizendo que aquilo era uma afronta.
Rodrigo Dunshe de Abranches, Antonio Alcides Pinheiro e Rodolfo Landim - Foto: Divulgação UniFla
Rodrigo Dunshe de Abranches, Antonio Alcides Pinheiro e Rodolfo LandimFoto: Divulgação UniFla
Os ânimos exaltados, fizeram com que seguranças tivessem que ser acionados para conter aqueles que se aproximavam da bancada e com a confusão formada, Alcides encerrou a noite prometendo nova data para votação da emenda que restringe o presidente e o vice-geral de ocuparem cargos públicos eletivos.
A manobra possibilitará uma melhor organização da situação, para, em outro momento, se encontrar com maior número de votantes que a oposição e garantir então o resultado desejado, que é a aprovação da mesma.
O golpe foi dado!