José Boto é o diretor técnico de futebol do FlamengoGilvan de Souza / Flamengo
Boto se preocupa com volta de Flamengo x Estudiantes: 'Se na nossa casa fizeram isso...'
Dirigente voltou a se queixar da atuação da arbitragem no jogo de ida e afirmou que anulação da expulsão de Plata não repara o prejuízo
Rio - José Boto se manifestou pouco depois do Flamengo conseguir, na tarde desta sexta-feira (19), a anulação da expulsão de Gonzalo Plata contra o Estudiantes, no Maracanã, no primeiro jogo das quartas de final da Libertadores. Em entrevista ao "Seleção Sportv", o dirigente afirmou que a decisão não repara o prejuízo do Flamengo e mostrou preocupação coma arbitragem no jogo da volta, na Argentina.
"Não é um erro de campo, mas é um erro que tira um jogador, um profissional do jogo seguinte. É um erro que prejudica a equipe, e eu acho que tudo aquilo que são erros grosseiros devem ser corrigidos, seja pelo VAR, por decisões posteriores, ou dos concelhos de arbitragem, seja o que for. Pronto, agora vou falar em nome pessoal, não como alguém do futebol e nem como alguém do Flamengo. Aquilo que me parece realmente é que a arbitragem teve um ato tão sem vergonha que a Conmebol se deixou na obrigação de, dentro daquilo que poderia fazer, já que não poderia rever o pênalti e nem reverter o resultado, reverteu aquilo que era possível, que era a expulsão do Plata", declarou Boto.
"Foi reparado o erro em relação ao Plata, mas não foi reparado o que se passou ontem no Maracanã. E, muito sinceramente, eu estou muito preocupado para o jogo da volta, porque se na nossa casa um árbitro consegue-nos fazer aquilo de uma forma quase arrogante, porque não é só o lance do Plata, são outros lances, eu estou muito preocupado com o que se pode fazer fora da nossa casa. Porque nós gostávamos que as coisas fossem seguidas dentro do campo", completou.
Boto exemplificou, além da expulsão de Plata, outras situações da partida no Maracanã que causaram desconforto dos jogadores do Flamengo em relação ao árbitro Andres Rojas.
"Há outras situações. O assistente do Filipe, que vai perguntar sobre o critério dos amarelos ao quarto árbitro de uma forma educada e o quarto árbitro explode, de uma forma nervosa. Nem sequer a dizer “você cala-se, não tem nada a perguntar”. Não, foi de uma forma arrogante e de uma forma agressiva. Eu próprio, quando me dirigi ao árbitro no final da partida, também de uma forma educada, perguntando-lhe o porquê da expulsão do Plata, o porquê da dualidade de critérios, e de uma forma arrogante, pediu à polícia que o protege para me afastar. Portanto, houve ali uma série de comportamentos, que não nos pareceram normais", disse o dirigente português.
No fim da entrevista, Boto voltou a demonstrar preocupação com o que pode acontecer no jogo de volta.
"Eu me preocupo muito com isso. Se na nossa casa, perante 65 mil torcedores, um arbitro não tem vergonha de fazer o que fez ontem, preocupa-me o que pode fazer na casa do adversário. Sabendo como são as torcidas argentinas, como os jogadores argentinos levam o jogo para certos caminhos que têm este tipo de picadilha entre os jogadores, travar o jogo, há pouco eu vi o Filipe falar sobre isso. E nós não somos uma equipe tão habituada a fazer isso, somos uma equipe que gosta de jogar, que gosta que o jogo corra, que o jogo tenha seguimento. Por isso confiamos que a Conmebol mande para lá um árbitro com coragem e que não se deixe intimidar pelo ambiente. Nós não queremos ser beneficiados, nós queremos ganhar ou perder dentro de campo", finalizou.
Flamengo e Estudiantes voltam a se enfrentar na próxima quinta-feira (25), às 21h30 (de Brasília), em La Plata. Um empate garante o Rubro-Negro nas semifinais da Libertadores.

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