Advogado do Flamengo, Michel Asseff comemorou o primeiro voto a favor de Bruno Henrique no Pleno do STJD João Alexandre Borges / Agência O Dia

Bruno Henrique viu um pedido de vista adiar até o fim da semana o resultado de seu julgamento no Pleno do STJD, mas a esperança é maior após o primeiro voto. Afinal, o relator do caso absolveu o atacante da acusação de infração ao artigo que gerou a suspensão de 12 partidas. E o advogado do Flamengo, Michel Asseff Filho, avaliou o voto como positivo, mas espera pela absolvição.
A mudança de perspectiva acontece porque a defesa do Flamengo teve acatada a sugestão de inclusão do atacante no artigo 191 (descumprimento de regulamentos de competição), cuja pena é apenas multa, estipulada em R$ 100 mil no primeiro voto.
"O relator entendeu por afastar a aplicação dos artigos, que era uma das teses subsidiárias da defesa, apesar de entendermos que é caso de absolvição. Porque enfrenta essa questão referenteà informação privilegiada. Como dizemos desde o primeiro julgamento, o que o CBJD entende como grave é uma manipulação do jogo, algo artificial na partida. Ficou muito claro que isso não aconteceu, nada artificial foi praticado para favorecer alguém fora", avaliou Asseff Filho:
"Então isso está afastado, foi nesse sentido o voto do relator, apesar da reprimenda de entender que houve uma infração disciplinar. Vamos aguardar agora o resultado e a continuação do julgamento".

Quando será a continuação do julgamento do atacante

Dos oito auditores e mais o presidente do Pleno, apenas o relato Sérgio Furtado Filho proferiu seu voto, sendo que, na sequência, Marco Aurélio Choy pediu vista.
O STJD confirmou que a sessão extraordinária acontece na quinta-feira (13), às 15h (de Brasília), e se os outros auditores seguirem o relator, Bruno Henrique não correrá risco de suspensão. Isso porque o primeiro voto o absolveu do 243-A (atuar, de forma contrária à ética desportiva), na qual foi considerado culpado em primeira instância, por 4 votos a 1, o que rendeu a punição de 12 partidas e mais multa de R$ 60 mil.
Além disso, o relator manteve a decisão de absolvição no 243 parágrafo 1º (atuar deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende, com agravante de promessa de vantagem indevida), que poderia render uma pena de 365 a 720 dias, como pedido pela Procuradoria.
"Forçar o cartão amarelo não é ilegal, isso é jogar com as regras do jogo. A Justiça entende, portanto, que não pode-se dizer que é uma atitude contra a ética esportiva. Toda rodada tem alguém forçando o cartão amarelo", avaliou o advogado do Flamengo.
"Sobre o lance da falta ficou claro e evidente que mesmo que tivesse algo planejado pelo próprio Flamengo, durante a partida as coisas mudam. Bruno estava completamente dentro da partida".

A acusação de Bruno Henrique

O atacante do Flamengo responde por beneficiar apostadores com informação privilegiada de que receberia cartão amarelo contra o Santos, no Brasileirão de 2023. Punido por 12 jogos de suspensão em primeira instância, ele vem atuando graças a um efeito suspensivo.