Danilo foi o responsável por marcar o gol do título do Flamengo na LibertadoresGilvan de Souza / Flamengo

Não foi fácil para o Flamengo chegar até a grande conquista do tetracampeonato da Libertadores da América. O Rubro-Negro, que venceu o Palmeiras por 1 a 0 na decisão, neste sábado (29), no Monumental de Lima, no Peru, passou por dificuldades ao longo do torneio continental. Mas nada que abalasse a confiança do clube, que se tornou o primeiro no país a ganhar a competição em quatro oportunidades. 

Segundo lugar no Grupo C

Na fase inicial, o desempenho do Flamengo esteve longe de 'encher os olhos' dos torcedores. A estreia foi contra o Deportivo Táchira, na Venezuela, em um jogo lento. O Rubro-Negro ao menos venceu, 1 a 0, gol de Juninho.

Em seguida, o time carioca passou por um momento delicado: perdeu para o estreante Central Córdoba (ARG), no Maracanã, por 2 a 1. E o clima não melhorou, já que, nos próximos dois jogos, empatou com LDU, no Equador, e com o próprio Central Córdoba, na Argentina. A panela de pressão esfriou contra os equatorianos no Rio de Janeiro, onde o Flamengo ganhou por 2 a 0.
Na última rodada, o Rubro-Negro conseguiu uma vitória simples sobre os venezuelanos - como precisava para avançar - e assegurou a segunda posição do Grupo C, com 11 pontos, mesmo número da líder LDU e do terceiro colocado Central Córdoba, que ficou atrás no saldo. Vale ressaltar que Rossi foi primordial para o resultado, com grande defesa no apagar das luzes.

Chuva de papel picado nas oitavas

O sorteio colocou o Internacional como primeiro adversário do Flamengo no mata-mata. A ida, no Maracanã, terminou em triunfo por 1 a 0, gol de Bruno Henrique.

Na volta, uma chuva de papel picado por engano no Beira-Rio antecipou a festa rubro-negra. O jogo atrasou em cerca de 20 minutos. Depois do apito inicial, a equipe de Filipe Luís controlou as ações e contou com o brilho de Arrascaeta e Pedro para selar a classificação à próxima fase.

Tradicionais argentinos pela frente

Nas quartas, veio o Estudiantes. E o começo no Maracanã foi avassalador, com 2 a 0 em menos de dez minutos. A partir daí, todos esperavam uma goleada e uma eliminatória tranquila, mas o roteiro foi muito diferente. O Flamengo não conseguiu marcar mais gols, sofreu com a tensão e viu Gonzalo Plata ser expulso - em lance bem polêmico - na reta final. O ambiente, que já era de nervosismo, ficou ainda pior. Já nos acréscimos, os argentinos diminuíram em gol contra de Léo Pereira.

Com o resultado, o confronto em La Plata ganhou tons de dramaticidade. E o time da casa conseguiu fazer 1 a 0, no fim do primeiro tempo. O susto maior foi aos 30 da etapa final, quando Benedetti fez o segundo para a alegria dos torcedores locais. A arbitragem, porém, pegou impedimento no lance. O empate no placar agregado levou a decisão para os pênaltis e, então, surgiu o protagonista: Rossi. O goleiro defendeu duas cobranças e colocou o Rubro-Negro nas semifinais.

Em busca da vaga na decisão, os cariocas tiveram que encarar mais uma equipe argentina, o Racing. Na ida, jogo truncado e vitória nos últimos minutos por 1 a 0, em gol contra, mas moralmente de Carrascal - grande nome daquela noite. A volta foi tensa, com nova expulsão de Gonzalo Plata na segunda etapa. No entanto, Rossi tratou de acalmar o coração da torcida mais uma vez: fez ótimas defesas e colocou o Flamengo a uma partida da taça.

A conquista da 'Glória Eterna'

A final contra o Palmeiras correu conforme o esperado. Um jogo truncado, brigado e muito disputado. Foram poucas as chances claras de ambos os times. O Flamengo ao menos controlou a posse e teve o domínio durante a maior parte do confronto.

A catarse veio no segundo tempo, com um herói improvável: Danilo, que só foi titular por causa da lesão de Léo Ortiz no tornozelo direito. Após cobrança de escanteio de Arrascaeta, o zagueiro subiu mais alto do que todo mundo e balançou a rede, para selar a vitória e o título rubro-negro.