Faixa-preta brasileiro vem realizando um grande trabalho em prol do Jiu-Jitsu na França (Foto: Divulgação)
Criado na Nova União, no Rio de Janeiro, onde foi formado por Dedé Pederneiras e Rafael Carino, Frank pegou sua faixa-preta em 2008, mas antes também praticou Judô, Taekwondo e Boxe Tailandês. Recentemente, o brasileiro, que ao se estabelecer na França fundou a Frank Jiu-Jitsu Team, foi tema de um curta-metragem feito para uma faculdade francesa de Cinema.
Em entrevista, Frank, há quatro anos na França, celebrou a oportunidade, que vem abrindo ainda mais portas para ele, que atualmente dá aulas em seis dojos, para cerca de 150 alunos.
"Quando cheguei tinha a intenção de desenvolver o trabalho que eu tinha no Brasil. Para mim, era uma honra seguir os passos dos pioneiros artistas marciais que tinham que sair da sua cidade ou país para recomeçar todo o processo. Continuo a seguir todos os preceitos das artes marciais que sou apto e confiante a ministrar. Para desenvolver o Jiu-Jitsu brasileiro em qualquer parte do mundo seria fácil, era o que eu esperava. Mas onde eu finquei meu habitar não era bem assim. Muito desconhecimento até mesmo daqueles que praticavam, sobre a cultura da arte bem como respeito (o mais importante), o tratamento e o crucial, as técnicas", relembrou o faixa-preta, que prosseguiu:
"Digo que foi difícil demais, mas com a experiência e muita paciência, comecei o desenvolvimento do que eu esperava. Com uma grata surpresa, um grupo de estudantes de Cinema fizeram um trabalho de quatro meses para um curta-metragem onde fui escolhido. Eram seis filmes a serem exibidos na sala Utopia, onde o nosso seria o primeiro a ser mostrado. Todos eram sobre pessoas que faziam a cidade mexer, andar e funcionar. Me sinto muito orgulhoso, uma vez que cheguei aqui sem domínio da língua, sem equipe e direção. Obrigado França e aos meus alunos pela confiança e acolhimento".
Assista AQUI ao curta-metragem
Faixa-preta 4º grau, Frank começou a treinar em 1994. Anos depois, viu a oportunidade de sair do Brasil para trabalhar com Jiu-Jitsu, cogitou Portugal, mas acabou indo parar na França por conta da sua esposa, para hoje viver uma grata surpresa.
"Inicialmente eu iria para Portugal, mas sentei com o Carino e o Dedé, a gente conversou sobre, tive ainda outras propostas, mas como a minha mulher é franco-brasileira, acabamos chegando num consenso. Fui para o Sul da França, nem sabiam o que era o Jiu-Jitsu brasileiro lá, mas topei a ideia e comecei a desenvolver o meu trabalho, inclusive abrindo a minha própria academia".
A virada de chave para o projeto do faixa-preta brasileiro de crescer o Jiu-Jitsu em território francês - especialmente no Sul - começou em 2020, com a legalização do MMA no país. Hoje em dia, Paris e outras grandes cidades já possuem diversas academias, e após a edição do Europeu da IBJJF na França, este ano, o esporte vem se desenvolvendo ainda mais.
"Hoje eu dou aula em seis dojos, tenho mais de 150 alunos e a ideia é seguir crescendo, difundindo nossa arte suave aqui. O curta ajudou nesse processo, e além disso, os alunos de Cinema ficaram amarradões. Acabaram gravando por quatro meses e treinando por quatro meses comigo também. Depois do filme a procura por aulas começou a crescer muito, só em um dojo foram 80 inscritos, então com certeza foi uma iniciativa bacana e que alavancou o meu trabalho", encerrou o faixa-preta, que deixou um agradecimento final:
"Obrigado aos meus professores, Haroldo Cunha, Emmanoel Maranhão, Raimundo José, Dedé Pederneiras e Rafael Carino, que contribuíram para eu alcançar o que consegui hoje".
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