Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico InternacionalFabrice Coffrini/AFP
O objetivo do COI era ter uma divisão exata, 50% a 50%, entre homens e mulheres, incluindo os atletas chamados para listas de reservas. Assim, a expectativa era de 5.500 atletas de cada gênero para o total de 11 mil esportistas presentes dos Jogos sediados na França.
Isso pode ser exemplificado em algumas modalidades, como no atletismo (1.091 a 1.041), natação (464 a 393), futebol (351 a 264) - este com quatro seleções masculinas a mais em relação ao torneio feminino - e também no wrestling, que tem uma categoria exclusivamente masculina, totalizando o saldo final de 193 a 96.
No hipismo, onde a disputa contempla os dois gêneros nos mesmos eventos, o "placar" é de 154 a 96. Nenhum homem foi inscrito no nado artístico, modalidade que passou recentemente a permitir atletas masculinos. Já a ginástica rítmica não tem categoria para atender aos homens.
Apesar da intenção do COI de igualar numericamente os dois gêneros, o próprio programa olímpico acaba induzindo à superioridade dos homens no quesito quantidade. Dos 329 eventos que vão distribuir medalhas em Paris-2024, 157 são masculinos e 152, femininos. Há ainda 20 disputas mistas.
Das 32 modalidades presentes no programa, 28 são "totalmente iguais em termos de gênero", segundo o COI, incluindo o estreante breaking. Os eventos de equipes mistas foram fortemente promovidos. Os Jogos de Tóquio, há três anos, ficaram marcados pelas estreias no revezamento misto 4x400 metros na pista e no revezamento medley misto 4x100m na natação. "Não há nada mais igual do que um homem e uma mulher competindo como uma equipe no mesmo campo de jogo pelo mesmo desempenho esportivo", disse o diretor esportivo do COI, Kit McConnell.
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