Valdileia fez história pelo Brasil na Olimpíada de ParisDivulgação / CBAt

França - Valdileia não segurou as lágrimas ao falar da morte do pai na entrevista que concedeu neste domingo (4), após desistir da final do salto por causa de lesão. Israel Martins foi um grande incentivador da atleta, mas foi vítima de um ataque cardíaco na última segunda-feira (29) e não viu a filha competir na Olimpíada de Paris.
"Foi bem difícil. Na segunda-feira, minha irmã me ligou e falou que meu pai tinha falecido. Muito difícil, mas minha família me deu força. Família, vocês são minha força. Eles falaram para mim ficar, para competir pelo meu pai. Foi difícil, eu sabia que seria a prova mais difícil do ano. Então, sexta-feira fiz por ele, fiz homenagem a ele. Sei que ele está feliz, que ele está contente. Agora é uma fase muito difícil. Eu sei que tenho que superar, meu pai é minha motivação maior", disse Valdileia, à TV Globo.
Sua história, aliás, é de superação. Ela deu os primeiros passos na modalidade com treinos em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Lá, improvisou uma vara de pescar e sacos com palhas de arroz ao invés de colchoes para saltar.
Na última sexta-feira (2), ela se classificou para a decisão com um salto de 1,92m. Assim, igualou o recorde brasileiro de Orlane Maria dos Santos, que durava desde 1989.
Entretanto, sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo quando tentava saltar sobre 1,95m. Ela ficou em tratamento desde então e foi para a final no sacrifício.