Zé Roberto Guimarães, técnico da Seleção feminina de vôleiNatalia Kolesnikova/AFP

França - O Brasil lutou, confirmou seu favoritismo e ficou com a medalha de bronze no vôlei feminino ao vencer a Turquia por 3 sets a 1 com parciais de 25/21, 27/25, 22/25 e 25/15. Ao fim da partida, uma cena marcante: toda a emoção do técnico Zé Roberto Guimarães que chegou ao quinto pódio olímpico comandando uma nova geração que vem mostrando toda sua força.
Foi um ciclo de reconstrução, mas com todas as características de Zé: inteligência, valorização do trabalho e muita força mental. A Seleção feminina de vôlei, que caiu na semifinal para os Estados Unidos em um grande jogo de 3 sets a 2, mantém a escrita de trazer medalhas desde os Jogos de Seul, em 1988, na modalidade de quadra.
"Minha quinta medalha. Três ouros, prata e bronze. Esse é o significado da Olimpíada, alguém perde, alguém ganha. Persistimos do início ao fim. Hoje estava muito preocupado. A gente tem que valorizar muito essa medalha. Ser medalhista é história. A gente queria o ouro, treinou pra isso, mas os outros também. Deixo para papai do céu. Se ele achou que era o bronze que merecia, que a gente tinha que trabalhar mais, tem que trabalhar mais", iniciou o técnico, em entrevista à Globo.
Após a derrota na semifinal, ficou escancarado o abatimento por parte das jogadoras do Brasil. Apesar de jovem, o grupo chegou aos Jogos de Paris na prateleira de favoritas. Mesmo com o tempo curto para recuperação e virada de chave, a imposição em quadra foi de quem sabia da importância do pódio.
"Foi importante a atitude, ter representado o povo da forma que representamos. Todo mundo viu que caímos de pé e o povo reconhece. Isso que a gente quer o tempo inteiro, representar a bandeira, a nossa gente. Elas fizeram isso. Fico feliz. Elas se doaram o tempo inteiro", destacou.
Tem sido levantada a hipótese de um fim de trajetória de Zé à frente do time feminino. O treinador, no entanto, optou por não projetar o futuro e citar os próximos passos junto à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) pensando no próximo ciclo olímpico para Los Angeles 2028.
"O que a gente combinou é de conversar ainda com a Confederação, com o Radamés (presidente), com o Jorge (diretor técnico), pra gente fazer um retrospecto de tudo aquilo que aconteceu, de como foi o ciclo. Eu acho que a gente preparou bem, sabe? Os profissionais que foram para a Turquia, para a Itália, cuidando das jogadoras, todas chegaram numa melhor condição. Foi uma preparação muito legal, muito bem feita. E agora, o futuro, eu não sei. Sinceramente. Eu não me preparei ainda pra esse momento. A gente tem que deixar curtir agora, comemorar, e depois conversar para a gente definir. Eu tenho a família, tem um monte de coisa que a gente tem que pensar também. Mas vamos ver. O Papai do Céu vai mostrar o caminho", finalizou.