Sal refinado da marca Carrefour tem sua produção terceirizadaFoto: Carrefour - Divulgação
Anvisa proíbe comercialização de sal da marca Carrefour
Análises laboratoriais constataram teor de iodo abaixo do estabelecido; o nutriente é fundamental para prevenir problemas na glândula tireoide
Guapimirim – Consumidores de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e de outras partes do Brasil precisam ficar atentos: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização do lote 22922 de sal da marca Carrefour. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (5/7), que também suspendeu a distribuição e fabricação e determinou o recolhimento do produto.
De acordo com o ente regulador, exames laboratoriais feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, constataram resultado insatisfatório para o teor de iodo abaixo do mínimo estabelecido pela legislação. Desde 2003, após consulta pública, a iodação do produto foi ajustada para entre 20 a 60 ppm (partes por milhão).
O sal de cozinha Carrefour é fabricado pela Norsal, com sede no Rio Grande do Norte. A rede de supermercados terceiriza a produção e põe a sua marca.
A iodação do sal de cozinha para fins de alimentação é obrigatória desde a década de 1950, conforme orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), como forma de prevenir problemas como bócio (hipertrofia da glândula tireóide), cretinismo em crianças (retardo mental grave e irreversível), surdo-mudez e outras anomalias.
O iodo é essencial na síntese dos hormônios tireoidianos – hormônios produzidos pela tireóide, uma glândula que fica no pescoço – com impacto no crescimento físico e neurológico, no metabolismo e na manutenção do calor do corpo, além de ser importante para o funcionamento de vários órgãos do corpo humano, tais como coração, fígado, rins, ovários, entre outros, de acordo com informações do Ministério da Saúde.
A má nutrição de iodo está ligada a elevados índices de natimortos e de nascimento de crianças abaixo do peso – decorrentes da gravidez –, além de riscos de aborto e de mortalidade materna.
Em 1955, a prevalência de deficiência de iodo no Brasil era de 20,7% da população. A partir da iodação universal, esses percentuais foram diminuindo. Em 2000, esse índice era de apenas 1,4%.
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