Imagem ilustrativa de uma pessoa com erupções cutâneasFoto: Freepik - Uso gratuito

Guapimirim – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou um grupo de trabalho para monitorar os casos de Mpox – anteriormente chamada de ‘varíola do macaco’ – na última quinta-feira (15). O anúncio acontece num momento em que o Brasil tem mais de 700 pessoas com a doença.
Em território fluminense, por exemplo, há 173 casos confirmados da enfermidade, sendo um deles em Guapimirim, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. O curioso é que o número de pessoas do gênero masculino infectadas é muito maior do que na população feminina.
Na quarta-feira passada (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de Mpox uma emergência de saúde pública de interesse internacional, por conta do aumento no quantitativo de casos, principalmente em alguns países africanos. Em 2024, já foram registrados de 15,6 mil casos e 537 óbitos, sendo a grande maioria na República Democrática do Congo.
Em julho de 2022, a OMS já tinha declarado a mencionada doença como emergência sanitária. O alerta ficou vigente até maio de 2023.
Em 2022, o Brasil já havia sofrido com surto da doença. Naquele ano, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) doou para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) um material conhecido como “semente do vírus”, que é o ponto de partida para desenvolver o insumo farmacêutico ativo (IFA). Trata-se da matéria-prima para a produção de uma vacina. Desde então, a instituição de ensino sul-americana tem atuado no desenvolvimento de um imunizante 100% nacional contra a Mpox.
Sobre a Mpox
A Mpox é uma zoonose causada pelo vírus monkeypox, do gênero ‘Orthopoxvirus’ e da família ‘Poxviridae’. A enfermidade foi detectada pela primeira vez em humanos, em 1970, na República Democrática do Congo. Atualmente, é considerada endêmica em países da África Central e Ocidental, segundo o Ministério da Saúde.
Uma doença é considerada endêmica, quando se torna nativa ou comum em determinada região. Apenas para facilitar o entendimento: no Brasil, por exemplo, dengue e febre amarela são consideradas endêmicas.
“Os principais sintomas da doença incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, adenomegalia, ou seja, Linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
Entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sintomas tem um intervalo tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. O diagnóstico é realizado de maneira laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético.
O vírus monkeypox pode ser transmitido principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluídos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados, especialmente roedores. A transmissão entre humanos pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de uma pessoa infectada, ou com objetos contaminados recentemente com fluídos de pacientes ou materiais da lesão.
Atualmente, não existem tratamentos ou medicamentos específicos para a infecção pelo vírus. Ainda assim, a atenção clínica deve ser otimizada para aliviar os sintomas, controlando as complicações e prevenindo sequelas em longo prazo. A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves e moderados”, explicou o Ministério da Saúde.
A doença pode ser transmitida em contato com pessoas e objetos infectados, como roupas de cama, toalhas de banho ou outras superfícies tocadas por algum com o vírus. Beijos e relações sexuais têm sido as formas mais comuns de contaminação.
Os sintomas começam com febre, dores de cabeça, musculares e nas costas, apatia e gânglios inchados. Posteriormente, surgem erupções de pele parecidas com bolhas ou feridas que podem durar entre duas a quatro semanas. As feridas podem afetar rosto, palmas das mãos, solas dos pés, virilha e as regiões genital e anal. “Algumas pessoas desenvolvem ainda inflamação no reto, que pode causar dor intensa, além de inflamação dos órgãos genitais, provocando dificuldade para urinar”, acrescentou o ministério.
Infelizmente, ainda há cura ou tratamento específico contra a Mpox. O vírus costuma sumir sozinho em algumas semanas. Contudo, algumas populações-alvo correm risco de apresentar sintomas mais graves, tais como: profissionais de saúde – devido ao contato constante com pacientes infectados –, recém-nascidos, crianças e pessoas com imunossupressão pré-existentes.
Algumas dicas podem reduzir o risco de contágio, entre elas evitar múltiplos parceiros sexuais, uso de máscaras e de luvas, higienizar mãos, roupas e objetos.