O livro "Minha Mãe é Negra, Sim!" foi trabalhado com todas as turmas da unidade escolar, da educação infantil ao quinto ano, servindo como uma base sólida para a criação do esquete teatral.Fotos: Gilson Moreira

"Minha Mãe é Negra, Sim!", a emocionante esquete teatral adaptada do livro "Minha mãe é negra sim!", de Patrícia Maria de Souza Santana, está pronta para cativar o público e lançar luz sobre a questão do racismo. A peça, com duração de 10 minutos, é o resultado de um esforço colaborativo entre a professora Carla Rocha, da sala de leitura da Escola Municipal Elmira Figueira. Uma parceria entre o projeto Ativação Cultural Itaguaí, que tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Prefeitura de Itaguaí, por meio da Secretaria de Educação e Cultura. Além de ser destaque na última Feira Literária de Itaguaí (FLIMI), a esquete teatral foi inscrita no prestigioso Festival de Esquetes Estudantis de Itaguaí e será apresentada no Teatro da Praça CEUs, em Chaperó, nesta quarta-feira (22).


O livro "Minha Mãe é Negra, Sim!" foi trabalhado com todas as turmas da unidade escolar, da educação infantil ao quinto ano, servindo como uma base sólida para a criação do esquete teatral. O espetáculo foi montado visando abordar o tema do racismo de forma lúdica, tornando-o acessível e envolvente para todas as idades.


Arte-educadores experientes em interpretação e direção teatral, Rodrigo Pinho e Zé Alex, formados na UNIRIO, foram convidados pela professora Carla Rocha para contribuir na montagem do esquete. Eles trouxeram seu conhecimento e experiência para aperfeiçoar o desempenho, focando na movimentação de cena e na simplificação do figurino, incorporando elementos teatrais que enriqueceram o esquete.
"Quando chegamos, o esquete já estava bem adiantado, a professora já tinha algumas ideias e os alunos já estavam decorando os textos, então chegamos mais para a parte da montagem, movimentação de cena, como simplificar o figurino, introduzindo essa brincadeira teatral no esquete”, contou o arte-educador do projeto Ativação Cultural Itaguaí, Rodrigo Pinho.


O aluno João Victor Leal, do 8º ano da Escola Elmira Figueira, compartilhou seu depoimento. "Por muito tempo quando eu era criança, sofri muito com isso e ficava triste. Agora estou tendo um papel tão importante na peça e em uma peça tão importante para a sociedade. Saber que o racismo não é a solução; a solução é aceitar as diferenças das pessoas, seja por religião, cor, gênero. Precisamos aceitar e não julgar os outros por serem diferentes", disse João.


O espetáculo, que está sendo ensaiado desde agosto, envolveu os professores da Ativação Cultural trabalhando em estreita colaboração com os alunos, aplicando exercícios de movimentação, ocupação de espaço e desenvolvimento de habilidades vocais.


A aluna Maria Eduarda Coutinho, do 7º ano da Escola Elmira Figueira, contou um pouco sobre como é fazer parte da esquete teatral, "Eu me sinto muito lisonjeada porque sei da importância da peça que fala principalmente sobre racismo, que é algo que tem acontecido muito, pessoas sendo criticadas pela sua cor de pele, ou até mesmo por qualquer outro motivo. Sei o quanto isso é errado e fico muito feliz de ter um papel de mãe da personagem principal."


"Minha Mãe é Negra, Sim!" é mais do que uma esquete teatral. É uma poderosa declaração que pretende inspirar conversas e ações em direção a um mundo mais inclusivo e igualitário, enquanto envolve todos, desde a educação infantil até o quinto ano, na exploração desse tema crítico de forma lúdica e envolvente. João Victor e Maria Eduarda são exemplos inspiradores do impacto positivo que a esquete está tendo nos jovens, capacitando-os para abraçar a diversidade e lutar contra o racismo.


Sobre o Projeto Ativação Cultural Itaguaí

Com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, desde 2018, o projeto Ativação Cultural Itaguaí já beneficiou mais de 15 mil alunos de escolas públicas do município e ofereceu mais de 1.002 horas de oficinas gratuitas, buscando o resgate e a valorização da cultura itaguaiense. Ao todo, 26.417 pessoas foram impactadas diretamente pelo projeto, com 15.870 crianças mobilizadas dentro de 48 escolas municipais. O projeto também mobilizou 850 artistas profissionais e amadores participantes, com 1.100 contratações de prestadores de serviço e fornecedores, sendo 70% da cidade de Itaguaí.