Matheus Gabriel acredita na possibilidade de investigação ser concluída até o final do mês Foto Reprodução
Líder do governo promete propor CPI para apurar suspeita de desvio de R$ 5,2 milhões
Vereadora rebateu denúncia e afirmou que se Ministério Público confirmar suspeita ela propõe a CPI
Itaperuna – A suspeita do desvio de R$ 5,2 milhões para uma “empresa fantasma” de Minas Gerais, denunciada pelos vereadores Alailton Pontes de Souza (Lalá) e Glauber Bastos, na Câmara de Itaperuna (RJ), envolvendo o governo municipal, pode gerar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), por iniciativa da própria líder do governo, Sargento Cristiane.
O assunto voltou a agitar o Legislativo na noite desta sexta-feira (22), na presença do promotor de justiça, Matheus Gabriel dos Reis Rezende, que aguardava para ser homenageado pela atuação na da Tutela Coletiva do Ministério Público Do Rio de Janeiro (MPRJ) no município; coincidentemente, ele investiga o caso.
Sargento Cristiane havia pedido vistas de requerimento apresentado pelo vereador Lalá, na sessão da última segunda-feira (18), solicitando que a secretária de Agricultura Viviane Braga Pereira compareça ao Legislativo para prestar esclarecimentos. No entanto, a líder tentou esclarecer no lugar da secretária.
A vereadora argumentou que o contrato com a tal empresa (de nome não exposto com clareza) foi cumprido, com todas as máquinas alugadas atuando no reparo dos estragos causados pelas enchentes no ano passado; inclusive citou números e prometeu propor uma CPI, caso o MPRJ confirme a suspeita.
Segundo Sargento Cristiane, Glauber e Lalá apresentaram dados inverídicos: “Os serviços foram prestados e o valor do contrato foi R$ 2 milhões 219 mil e não R$ 5 milhões 200 mil”. Glauber Bastos contrapôs e acusou a líder de maquiar os dados apresentados.
JUÍZO DE VALOR - “A vereadora Cristiane maquiou informações; o contrato foi R$ 2,3 milhões e depois somou um total de R$ 5 milhões 230 mil; a empresa, que ninguém viu no município, recebeu em 11 parcelas, de maio a setembro de 2022”. Na opinião de Glauber, “a líder foi feita de pombo-correio na propagação da articulação do governo.
Lalá também se manifestou, acusando o prefeito Alfredo Paulo Marques Rodrigues (Alfredão) de estar deixando o filho, deputado federal Murillo Gouvêa, interferir na administração e ter perdido a condição de continuar no cargo. O parlamentar apontou enriquecimento ilícito de membro do governo e propôs que a pauta seja desdobrada na próxima segunda-feira.
O promotor Matheus Gabriel só fica em Itaperuna até o próximo dia 30; a partir de então, estará atuando em Vassouras. Ele ressaltou que o tempo da investigação feita pelo Ministério Público é diferente do tempo da política, porque demanda trabalho técnico: “Quando apresentamos a conclusão de uma investigação, sempre o fazemos de forma objetiva e imparcial”, assinalou.
Sobre as investigações envolvendo o governo municipal, Matheus Gabriel adiantou que algumas poderão estar concluídas até o final do mês. No caso específico da suspeita de “rombo”, ele pontuou que recebeu uma representação que apontava algumas irregularidades no valor de contrato, com o empenho constatado no portal da transparência indicando divergência para mais.
“Em razão disso, foi pontuado aos vereadores ouvidos pelo Ministério Público se eles tinham conhecimento; basicamente foi isso”. O promotor enfatizou que é legítimo os vereadores interpretarem os fatos: “Fazer juízo de valor é legítimo e democrático”.
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