Quaquá pretende trazer técnica para viabilizar transporte marítimo de Maricá para o Rio de JaneiroFoto: Jornal O Dia

Maricá - O mar bravio em Maricá pode estar com os dias contados. O deputado e pré-candidato a prefeito Washington Quaquá (PT) se reuniu nesta segunda-feira com autoridades de Tenerife, na Espanha, onde foi conhecer o projeto que “amansou” as ondas, tornando a ilha mais atrativa para o turismo. Em Maricá, a força das marés intimida banhistas e prejudica a economia. Uma ressaca recente em Itaipuaçu chegou a provocar danos ao calçamento e ao asfalto das ruas próximas à faixa de areia.
O encontro, com participação do deputado estadual Renato Machado (PT), foi com Pablo Nieto, diretor da Autoridade Portuária de Santa Cruz de Tenerife, e técnicos do órgão. Como explica Quaquá, a proposta inicial, inspirada pela experiência espanhola, é construir uma barreira artificial com rochas em torno de Itaipuaçu e Ponta Negra, uma técnica conhecida como “arroncamento de rochas”.
“Tenerife é uma referência mundial em arroncamento de rochas. Isso possibilitou a criação de píer, porto, quebra-mar e recifes. É tudo que precisamos para Maricá. A gente tem que andar, conhecer o mundo e as soluções, técnicas e tecnologias para adaptá-las à nossa realidade”, disse o deputado.
Além de tornar os banhos de mar nas duas praias mais seguros e agradáveis, o projeto irá possibilitar a construção de portos e píeres para a implantação de um transporte aquaviário sustentável para a cidade do Rio, com catamarãs e lanchas rápidas, reduzindo o trânsito na Rodovia Amaral Peixoto e em Niterói. Com isso, Maricá também poderia se tornar parada para os cruzeiros marítimos que hoje seguem da capital diretamente para Búzios.
“Os moradores de Maricá irão em ganhar qualidade de vida, seja no trabalho, no descanso e lazer com a família. O tempo que perdem no trânsito irão investir em coisas úteis para a vida. Com menos carros circulando, isso também diminuiria a emissão de CO2 na atmosfera, além de criar empregos locais para construir e operar o porto e as marinas”, completou.
A cidade já tem planos para implantar recifes artificiais em alguns pontos. A Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) pediu à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) para desenvolver estudos de viabilidade técnica e financeira da construção de barreiras de pedra na orla, o que estimularia também a prática de surfe.