Rede social terá seção dedicada a notícias selecionadas
 - AFP Photo / Lionel Bonaventure
Rede social terá seção dedicada a notícias selecionadas AFP Photo / Lionel Bonaventure
Por O Dia

São Francisco - O Facebook afirmou nesta terça-feira que encontrou evidências de interferência externa política e coordenada na eleição presidencial americana de 2016 com o uso de dezenas de perfis e páginas falsas em sua plataforma. A empresa anunciou que removeu 32 páginas e contas do ar por estarem envolvidas em "comportamento não autêntico" na plataforma. O assunto já havia sido divulgado a congressistas americanos enquanto a companhia investigava a possibilidade de interferência eleitoral.

Ele disse que as contas de "maus atores" na maior rede social do mundo e em seu site de compartilhamento de fotos Instagram não poderiam estar ligadas à Rússia, que usou a plataforma para disseminar desinformações antes da eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.

"Ainda estamos nos estágios iniciais de nossa investigação e não temos todos os fatos - incluindo quem pode estar por trás disso", disse o Facebook em uma série de posts de blog.

"Mas nós estamos compartilhando o que sabemos hoje, dada a conexão entre esses maus atores e protestos que estão planejados para a semana que vem em Washington".

O Facebook afirmou, ainda, que "quem configurou as contas foi muito longe para obscurecer as verdadeiras identidades". Além disso, a companhia informou que havia encontrado tentativas de manipular sua plataforma após as eleições americanas de 2016, inclusive na época das manifestações racistas em Charlottesville, Virgínia, no ano passado, em consonância com os esforços russos para não apenas influenciar a eleição, mas também as tensões em torno de questões sociais em solo americano. 

Facebook suspendeu páginas no Brasil

O Facebook anunciou na última quarta-feira que removeu uma rede com 196 páginas e 87 perfis no Brasil que violavam as políticas de autenticidade da empresa. As páginas e perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação.

Segundo a Reuters, a rede retirada do ar era usada para disseminar notícias falsas pelo grupo ativista de extrema-direita Movimento Brasil Livre (MBL). Segundo a agência de notícias, as páginas desativadas somavam mais de meio milhão de seguidores e divulgavam de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre e O Diário Nacional.

No mesmo dia, o procurador da República Ailton Benedito de Souza cobrou explicações da empresa quanto à remoção das páginas e perfis. Benedito solicita a relação de todas as páginas e perfis removidos e a justificativa sobre essa providência para cada página e perfil excluído. O procurador estabeleceu o prazo de 48 horas para que a empresa acate o pedido, por meio eletrônico.

*Com informações de AFP e Estadão Conteúdo

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