Papa Francisco em sua tradicional mensagem de Natal - AFP
Papa Francisco em sua tradicional mensagem de NatalAFP
Por AFP

Vaticano - O papa Francisco dedicou a tradicional mensagem de Natal à "fraternidade" entre os povos, com desejos de que os refugiados sírios retornem a seu país e que a guerra e a fome terminem no Iêmen. Da varanda na basílica de São Pedro, durante sua tradicional mensagem natalina seguida pela bênção Urbi et orbi (à cidade e ao mundo), o papa falou sobre diversos conflitos no planeta.

O sumo pontífice pediu à comunidade internacional um esforço para que os refugiados sírios "possam viver em paz" em seu país. "Que a comunidade internacional se esforce de modo veemente para encontrar uma solução política (...) para que o povo sírio, especialmente os que tiveram que deixar as próprias terras e buscar refúgio em outro lugar, possa viver em paz em sua pátria", afirmou o papa, diante de 50 mil pessoas, segundo a polícia do Vaticano, reunidas na praça de São Pedro no dia de Natal.

A guerra no Iêmen provocou pelo menos 10 mil mortes desde 2015 e se tornou a pior crise humanitária do mundo, de acordo com a ONU. "Penso no Iêmen, com a esperança de que a trégua alcançada (...) possa aliviar finalmente tantas crianças e populações, exaustas pela guerra e o mundo", disse.

O governo apoiado militarmente pela Arábia Saudita e os rebeldes huthis, apoiados politicamente pelo Irã, anunciaram, no dia 13 de dezembro, na Suécia, um acordo de cessar-fogo "imediato" negociado pela ONU.

Apesar do acordo, confrontos esporádicos prosseguem na cidade de Hodeida, principal frente de batalha no país.

Jerusalém

Papa Francisco em sua tradicional mensagem de Natal - Tiziana Fabi / AFP

O papa não esqueceu a Terra Santa em sua mensagem, com um apelo ao "diálogo". "Que o Natal torne possível que israelenses e palestinos retomem o diálogo e empreendam um caminho de paz que acabe com um conflito que dura mais de 70 anos", declarou.

O chefe da Igreja Católica Também expressou sua proximidade com as comunidades cristãs da "amada" Ucrânia, em um momento de grande tensão religiosa com a Rússia. "Apenas com a paz (...), o país pode se recuperar dos sofrimentos padecidos (...) Me sinto próximo às comunidades cristãs desta região e peço que possam ser estabelecidas relações de fraternidade e amizade", destacou.

O presidente russo Vladimir Putin condenou, na semana passada, a criação, na Ucrânia, de uma Igreja Ortodoxa independente da tutela russa e denunciou uma violação "flagrante" das liberdades religiosas.

A tensão representa um novo episódio do divórcio político, cultural e social entre Kiev e Moscou desde a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014 e o início do conflito armado entre o exército ucraniano e os separatistas pró-Rússia.

Venezuela

Papa Francisco em sua tradicional mensagem de Natal - Tiziana Fabi / AFP

Francisco também falou sobre as crises na Venezuela e Nicarágua. "Que este tempo de bênção permita a Venezuela encontrar de novo a concórdia e que todos os membros da sociedade trabalhem fraternalmente pelo desenvolvimento do país, ajudando os setores mais frágeis da população", afirmou o sumo pontífice.

A Venezuela enfrenta uma profunda crise, marcada pela falta de alimentos e remédios, assim como por uma inflação que deve alcançar 10.000.000% em 2019, segundo o FMI.

A fuga de venezuelanos para países vizinhos elevou as pressões diplomáticas para isolar o governo de Nicolás Maduro.

Nicarágua

Papa Francisco em sua tradicional mensagem de Natal - Tiziana Fabi / AFP

O papa também desejou que "os habitantes da querida Nicarágua se redescubram irmãos para que não prevaleçam as divisões e as discórdias, e sim que todos se esforcem para favorecer a reconciliação e para construir juntos o futuro do país".

O país da América Central enfrenta uma grave crise política desde o início de protestos contra o governo em abril. A repressão provocou 320 mortes, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos.

Apesar da pressão, o presidente Daniel Ortega não cedeu e descartou a possibilidade de antecipar as eleições 2021 para 2019.

Papa Francisco em sua tradicional mensagem de Natal - Tiziana Fabi / AFP

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