Washington - Em discurso nos jardins da Casa Branca, o presidente Jair Bolsonaro citou o Foro de São Paulo para defender a democracia na Venezuela e disse que fé em Deus, família, e oposição à 'ideologia de gênero' e o que chamou de "politicamente correto" e às "fake news" unem Brasil e Estados Unidos.
Ao lado do presidente americano Donald Trump, o brasileiro disse que o Foro de São Paulo "esteve próximo de conquistar o poder em toda a América Latina". A organização, constituída em 1990, une partidos políticos de esquerda e centro-esquerda, da América Latina.
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"Estados Unidos e Brasil estão irmanados na fé em Deus, contra a ideologia de gênero, o politicamente correto e as fake news. Que Deus abençoe o Brasil e os Estados Unidos da América", disse.
O presidente brasileiro também declarou apoio ao presidente americano que concorre às eleições de 2020. "Respeitaremos o resultado das urnas em 2020. Mas apoiaremos Trump. Acredito piamente na reeleição", disse, no que Trump prontamente agradeceu, arrancando risadas do brasileiro.
Em seu discurso Trump também disse que 'última coisa' que seu governo quer para o Brasil é o socialismo, citando uma excelente reunião com Bolsonaro.
Brasil pode ser aliado da Otan, diz Trump
O presidente Donald Trump levantou a possibilidade nesta terça-feira de o Brasil poder se tornar um membro da Otan.
"Eu... pretendo designar o Brasil como um grande aliado não integrante da Otan ou mesmo possivelmente, se começarmos a pensar nisso, talvez um aliado da Otan", afirmou Trump em coletiva conjunta com Jair Bolsonaro.
"Tenho que conversar com muita gente, mas talvez um aliado da Otan, o que seria um grande avanço na segurança e cooperação entre nossos países".
Trump também pediu durante a coletiva que as Forças Armadas da Venezuela abandonem seu apoio ao presidente Nicolas Maduro, chamando o líder de esquerda de uma "marionete cubana", em um apelo apoiado pelo Brasil.
"Pedimos aos membros do exército venezuelano que acabem com seu apoio a Maduro, que, na verdade, não passa de um fantoche cubano", afirmou Trump.
Segundo o presidente americano, as futuras sanções contra a Venezuela poderão "ser mais pesadas".
"Não aplicamos as mais severas sanções", disse Trump. "Eu diria que impusemos sanções médias, mas podemos ser muito mais duros se precisarmos", acrescentou, pouco depois de o Tesouro americano anunciar novas sanções contra o país sul-americano, desta vez contra a mineradora de ouro Minerven e seu presidente.
Por fim, Trump, acusou as redes sociais, incluindo o Twitter, sua mídia favorita, de discriminar os usuários de direita. "Parece que se a pessoa for conservadora, se for republicana, é discriminação. Vejo isso no Twitter e no Facebook", concluiu.
*Com AFP