A equipe Crew-2 comemora a chegada à  Estação Espacial Internacional (ISS)
A equipe Crew-2 comemora a chegada à Estação Espacial Internacional (ISS)AFP
Por AFP
A cápsula Crew Dragon Endeavour da SpaceX, com quatro astronautas a bordo, acoplou-se, neste sábado (24), à Estação Espacial Internacional (ISS), na terceira missão tripulada da companhia de Elon Musk ao laboratório orbital.
A primeira fase da atracação teve início às 05h08 (06h08 de Brasília), 264 milhas (424 quilômetros) acima do sul do Oceano Índico, de acordo com imagens transmitidas ao vivo pela Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA).
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A segunda fase ocorreu 10 minutos depois, quando 12 ganchos foram conectados com segurança entre Endeavour e a porta da ISS.
"Captura completa, bem-vinda Crew-2", disse a comandante da ISS, a astronauta dos Estados Unidos Shannon Walker.
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"Obrigado Shannon, estamos felizes por estar aqui, veremos todos vocês em alguns minutos", respondeu o comandante da Endeavour, seu compatriota Shane Kimbrough.
Duas horas depois, a equipe Crew-2, formada pelo francês Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia (ESA), os americanos Shane Kimbrough e Megan McArthur e o japonês Akihiko Hoshide, posaram para uma foto com os sete astronautas já presentes na estação orbital.
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Esta é a primeira vez que uma missão SpaceX transportou um astronauta europeu para a ISS, e Thomas Pesquet elogiou a cooperação internacional que tornou isso possível.
"Já se passaram 20 anos desde que a JAXA (Agência Espacial Japonesa), a ESA (Agência Espacial Europeia), a NASA e astronautas russos estiveram juntos no espaço, então é histórico o que está acontecendo hoje", disse ele.
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"Gostaria de agradecer a todas as pessoas que trabalharam nesta missão", acrescentou em francês.
A cápsula carregou a terceira tripulação enviada à ISS pela SpaceX, como parte do contrato multimilionário que a Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) assinou com a empresa de Elon Musk.
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Esta é a segunda viagem da Endeavour à ISS. A primeira foi com a missão Demo-2 em maio de 2020, que encerrou quase uma década de dependência dos EUA da Rússia para viajar para a ISS depois que a NASA encerrou seu programa de ônibus espaciais.
Foi a primeira vez que uma cápsula foi reaproveitada para voos espaciais tripulados e a missão também contou com um foguete reutilizado, atingindo as metas de redução de custos nas parcerias da NASA com a indústria privada.
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Duas Crew Dragon estão agora estacionadas lado a lado na ISS.
Esta é uma grande vitória para Musk - também fundador do grupo automotivo Telsa - já que a SpaceX conseguiu monopolizar o transporte espacial da NASA em um momento em que a cápsula Starliner da Boeing acumula atrasos em seus voos de teste.
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Musk não faz segredo de sua intenção de impulsionar a humanidade em direção à Lua e a Marte, dizendo em uma entrevista coletiva após o lançamento na sexta-feira: "Eu acredito que estamos no alvorecer de uma nova era de exploração espacial".
A chegada do último quarteto à ISS eleva o número de pessoas na estação a 11. O recorde foi de 13 pessoas em 2009.
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- Marco para a Europa -
A missão também é um marco importante para Europa, que nomeou a missão "Alpha" em homenagem ao sistema estelar Alpha Centauri.
"Para nós, é realmente a era de ouro em termos de exploração da Estação Espacial Internacional", disse Frank De Winne, diretor do programa ISS da Agência Espacial Europeia (ESA), à AFP.
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O alemão Matthias Maurer e a italiana Samantha Cristoforetti seguirão Pesquet nas missões da SpaceX, respectivamente, neste outono e primavera boreais.
O próximo módulo ISS, construído pela Rússia, deve chegar à estação em julho e incluirá um braço robótico construído pela ESA que Pesquet ajudará a colocar em operação, disse De Winne.
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A ESA também será um parceiro-chave dos Estados Unidos no programa Artemis de retorno à Lua, fornecendo os componentes de energia e propulsão para a espaçonave Orion e elementos-chave para uma estação orbital lunar chamada Gateway.
A Crew-2 prevê cerca de 100 experimentos durante sua missão de seis meses, incluindo a investigação do que é conhecido como "chips de tecido" - pequenos modelos de órgãos humanos que são compostos de diferentes tipos de células e são usados para estudar o envelhecimento do sistema imunológico, função renal e perda de massa muscular.
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No que diz respeito ao meio ambiente, quando a Crew-2 retornar no outono, terá obtido 1,5 milhão de imagens da Terra, documentando fenômenos como iluminação artificial à noite, proliferação de algas e ruptura das plataformas de gelo da Antártida.
Outro elemento importante da missão é atualizar o sistema de energia solar da estação, instalando novos painéis compactos que se abrem como um enorme tapete de ioga.