"Se houver sinais de que o sistema médico enfrenta duras provas, devido a uma nova expansão das infecções, reagiremos de maneira flexível, reforçando as medidas", disse o primeiro-ministro japonês.Philip Fong / AFP

Por AFP
Milhares de voluntários e dirigentes olímpicos começaram a ser vacinados em Tóquio nesta sexta-feira, 18, a pouco mais de um mês para o início dos Jogos, enquanto alguns especialistas insistem em que realizar provas sem espectadores seria a opção mais segura.
A organização dos Jogos Tóquio 2020 cuida dos últimos detalhes antes da cerimônia de abertura, prevista para 23 de julho. O objetivo é finalizar as regras anticovid-19 que ficarão em vigor durante as Olimpíadas e vacinar o maior número possível de participantes. Também vai-se decidir sobre a presença, ou não, de espectadores locais nas arquibancadas e, em caso positivo, qual seria a lotação permitida. O público procedente do exterior já está proibido de assistir aos Jogos - pela primeira vez na história do maior evento esportivo do planeta.
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Até 40 mil imunizados
Os atletas japoneses já começaram a ser vacinados e, nesta sexta, o programa foi estendido ao pessoal olímpico, voluntários e a outras pessoas que estarão junto com os atletas estrangeiros. O Comitê Olímpico Internacional (COI) doou doses da vacina da Pfizer/BioNTech para 40 mil pessoas, entre elas funcionários de aeroportos, jornalistas locais e árbitros olímpicos.
Essas doses são diferentes das usadas na campanha nacional de vacinação do Japão, que se acelerou nas últimas semanas, com mais de 6% da população totalmente vacinada. A organização dos Jogos busca, com isso, convencer o público japonês sobre a segurança do grande evento esportivo mundial.
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Na quinta-feira, 17, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suko, lembrou que as partidas de beisebol e de futebol continuaram com um número limitado de espectadores durante o estado de emergência, e "poucos focos" de contágio foram detectados. Ele acrescentou, no entanto, que as medidas poderão ser reforçadas, caso a situação piore.
"Se houver sinais de que o sistema médico enfrenta duras provas, devido a uma nova expansão das infecções, reagiremos de maneira flexível, reforçando as medidas", explicou ele em entrevista coletiva.
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Novas orientações sanitárias divulgadas esta semana alertam os atletas que eles poderão ser expulsos dos Jogos, caso violem as regras, como usar máscara, ou se submeterem a testes diários. Os organizadores anunciaram que cerca de 80% dos atletas participantes serão vacinados e não poderão interagir com o público japonês.
O arquipélago japonês foi menos afetado pela pandemia do que outras grandes potências, com 14.000 mortes ligadas à covid-19 desde março de 2020, de acordo com números oficiais.
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10 mil espectadores? 
Um grupo de médicos especialistas que assessora o governo japonês destacou nesta sexta-feira que os Jogos a portas fechadas seriam mais seguros: "A ausência de espectadores criaria um menor risco em termos de propagação de infecções dentro das instalações. Acreditamos que isso seria o ideal."
Sobre os espectadores em Tóquio, o número máximo está em 5 mil pessoas, ou 50% da capacidade do local. Esta regra ficará em vigor até pelo menos 11 de julho, mesmo com a suspensão do estado de urgência sanitária prevista para domingo.
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A partir de 11 de julho, o número máximo de espectadores será de 10 mil pessoas, ou 50% da capacidade do local. A decisão final sobre a presença de público nos Jogos é esperada para a próxima semana, com um limite de 10 mil pessoas como a opção mais provável.
O comitê organizador de Tóquio 2020 anunciou nesta sexta-feira que reduziu o número de participantes dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos procedentes do exterior para 53 mil, sem contar os cerca de 15.500 atletas. Este número é bem inferior às 177 mil pessoas inicialmente esperadas, incluindo autoridades, pessoas que trabalham para patrocinadores e jornalistas.