Saleh se afastou da política por alguns anos, mas continuou atacando os talibãs e o Paquistão nas redes sociaisAFP
"Resistiremos"
Para Saleh, natural de Panshir, esta seria a última de uma longa lista de batalhas. Este afegão lutou ao lado do comandante Masud na década de 1990. Depois integrou seu governo, que foi derrubado pelos talibãs em 1996, quando os insurgentes entraram em Cabul. Ele disse que os talibãs torturaram sua irmã para tentar retirá-lo de seu esconderijo.
"Minha opinião dos talibãs nunca mudou", afirmou no ano passado em um artigo publicado pela revista Time.
Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, ele se tornou uma importante fonte de informação para a CIA. Isto o levou, após a queda dos talibãs, a comandar, entre 2004 e 2010, a Direção de Segurança Nacional (NDS), a agência de inteligência afegã.
Continuar a luta
Desta maneira, segundo ele, reuniu provas de que os insurgentes continuavam sendo beneficiados pelo apoio do exército paquistanês, informação desmentida pelas Forças Armadas do país vizinho.
Sua ascensão à vice-presidência, no entanto, foi marcada por vários contratempos. Em 2010 foi demitido do cargo de diretor da NDS, após um humilhante ataque contra uma conferência de paz em Cabul.
Saleh se afastou da política por alguns anos, mas continuou atacando os talibãs e o Paquistão nas redes sociais.
Em 2018, ele foi ministro do Interior por alguns meses, depois de uma aliança com o presidente Ashraf Ghani, que no domingo fugiu do Afeganistão para o exterior. Assumiu a vice-presidência em 2019.
Saleh escapou de vários ataques talibãs, o mais recente em setembro de 2020, quando um carro-bomba explodiu na passagem de seu comboio e matou pelo menos 10 pessoas. Horas depois do ataque, ele apareceu em um vídeo, com a mão esquerda enfaixada, e prometeu devolver cada golpe. "Continuaremos nossa luta", afirmou.
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