O Reino Unido retirou 8.458 pessoas do Afeganistão desde 13 de agosto, segundo o Ministério do Interior, incluindo 5.171 afegãos. AFP PHOTO / MINISTERO DELLA DIFESA

A retirada de milhares de afegãos por via aérea de Cabul, que tentam fugir dos talibãs, representa um risco de que possíveis extremistas, ou indivíduos potencialmente perigosos, infiltrem-se entre os refugiados.
Os policiais europeus não se esqueceram da avalanche de refugiados procedentes da Síria, incluindo alguns dos autores dos atentados de Paris de 2015.
Publicidade
"Gostaríamos de poder abrir nossas portas, sem mais", disse o secretário de Estado das Forças Armadas britânicas, James Heappey, à rede BBC, na segunda-feira (23).
No entanto, "há pessoas tentando aproveitar a situação para entrar no Reino Unido e nos causar danos", acrescentou.
Publicidade
Um homem que estava na lista negativa do governo britânico foi retirado de Cabul. Na terça-feira (24), um porta-voz do Ministério disse que ele foi identificado "por meio de um rigoroso processo de investigação" antes de ser considerado "uma pessoa sem interesse" para os serviços de segurança.
O Reino Unido retirou 8.458 pessoas do Afeganistão desde 13 de agosto, segundo o Ministério do Interior, incluindo 5.171 afegãos.
Publicidade
Na França, um dos cinco afegãos retirados de Cabul, grupo colocado sob vigilância após sua chegada a Paris pelas suspeitas de que um deles estava vinculado ao Talibã, foi detido na segunda-feira.
Este último, o principal suspeito, "ajudou a retirar franceses e pessoas que trabalharam para a França" e "provavelmente salvou vidas", afirmou o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal.
Publicidade
No entanto, "em um dado momento, teve vínculos com os talibãs, os quais ainda precisamos definir", reiterou.
O ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, rejeitou qualquer "falha" dos serviços de Inteligência.
Publicidade
"Conhecemos todas as pessoas que chegaram ao nosso território, trazidas pelo Exército francês", disse à rádio France Info.
"Vigilância"
Publicidade
A lembrança da Síria permanece viva entre as autoridades.
"É óbvio que existe um risco de infiltração (por parte dos terroristas). Por isso, precisamos ficar muito atentos", comentou o diretor-geral do Escritório Francês de Imigração e Integração (Ofii), Didier Leschi, à France Info.
Publicidade
Portanto, os serviços europeus tomam precauções máximas em todo continente. A Alemanha identificou alguns casos de pessoas com antecedentes criminais entre os recém-chegados. A Bélgica afirmou que está atenta.
A Dinamarca informou ter identificado, entre os retirados, duas pessoas proibidas de retornarem ao país europeu. Uma delas é membro de uma gangue que havia sido deportado no início de julho e que se passou por seu irmão.
Publicidade
Fora da União Europeia, o presidente russo, Vladimir Putin, destacou a responsabilidade dos países fronteiriços com o Afeganistão e afirmou que é "importante impedir a infiltração de terroristas, que podem se fazer passar por refugiados, nos países vizinhos".
Várias antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central fazem fronteira com Afeganistão e Rússia.
Publicidade
"Os combatentes disfarçados de refugiados" poderiam chegar em território russo, disse Putin.