"O presidente (...) voltou a confirmar a ordem para que os comandantes redobrem os esforços para fazer o que for necessário para proteger nossas forças no local", afirmou a Casa Branca em um comunicado AFP PHOTO / US AIR FORCE / MASTER SGT. DONALD R. ALLEN
Uma fonte que trabalhou para o Departamento de Segurança do governo afegão derrubado pelos talibãs há duas semanas afirmou que os foguetes foram lançados a partir de um veículo na zona norte de Cabul, onde fica o aeroporto. Moradores das proximidades do aeroporto afirmaram que ouviram o som da ativação do sistema de defesa de mísseis e que viram estilhaços caindo do céu, o que indicaria que ao menos um foguete foi interceptado.
A Casa Branca confirmou o ataque com foguetes contra o aeroporto e destacou que a retirada prosseguiu sem interrupção.
O presidente americano, Joe Biden, estabeleceu a terça-feira 31 de agosto como data-limite para a retirada das tropas do Afeganistão, o que significará o fim de duas décadas de uma operação militar iniciada como represália pelos atentados de 11 de setembro. Mas as tropas americanas estão mais concentradas neste momento em sua própria saída e na retirada dos diplomatas do país.
"O presidente (...) voltou a confirmar a ordem para que os comandantes redobrem os esforços para fazer o que for necessário para proteger nossas forças no local", afirmou a Casa Branca em um comunicado.
O retorno do movimento islamita Talibã ao poder, do qual foram afastados em 2001, desencadeou uma tentativa desesperada de fuga de afegãos em voos organizados pelos países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos.
Os voos, que permitiram a retirada de mais de 114 mil pessoas do aeroporto de Cabul, terminarão oficialmente na terça-feira, mas vários países já concluíram suas missões.
Ameaça do Estado Islâmico
Um porta-voz talibã confirmou no domingo que um carro-bomba que seguia para o aeroporto foi destruído. Também informou que um suposto segundo ataque atingiu uma casa. O carro foi atingido pelo ataque americano com drone a dois quilômetros do aeroporto.
Ao longo da guerra, as tropas dos Estados Unidos foram acusadas de matar civis em seus ataques aéreos, um dos motivos que provocaram a perda do apoio local. No domingo pode ter acontecido novamente.
"Recebemos relatos de vítimas civis após o nosso ataque contra um veículo em Cabul", afirmou em um comunicado o capitão Bill Urban, porta-voz do Comando Central militar americano. Urban disse que as explosões foram "potentes" e que o exército investiga se provocaram mortes entre civis. "Nos deixaria profundamente tristes qualquer perda de vida inocente", afirmou.
Nos últimos anos, o braço do EI no Afeganistão e Paquistão executou alguns dos ataques mais violentos nestes países, com massacres de civis em mesquitas, praças, escolas e hospitais. Embora os grupos sejam sunitas radicais, os dois mantêm uma profunda rivalidade e ambos reivindicam a verdadeira representação da jihad.
O atentado de quinta-feira, a ação mais violenta contra os Estados Unidos no Afeganistão desde 2011, provocou um reforço da cooperação entre as forças americanas e os talibãs para proteger o aeroporto.
No sábado, combatentes talibãs escoltavam um fluxo constante de afegãos dos ônibus até o terminal de passageiros, onde as pessoas eram entregues a soldados americanos para a retirada.
Retorno do líder talibã
No domingo, os talibãs anunciaram que seu líder supremo, Hibatullah Akhundzada, está em Kandahar, sul do Afeganistão, e planeja fazer uma aparição pública em breve.
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