Hibatullah AkhundzadaAFP
Confira a seguir uma lista dos principais líderes do grupo islamita, que recuperou o poder em 15 de agosto, 20 anos depois de ser derrubado por uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos:
Haibatullah Akhundzada, o líder supremo
Antes de sua nomeação, pouco se sabia sobre Akhundzada, uma figura discreta e dedicada a questões religiosas e legais. Seu papel na vanguarda do movimento era considerado mais simbólico do que operacional.
Filho de um teólogo, natural de Kandahar, o coração do país pahtun no sul do Afeganistão e berço dos talibãs, Akhundzada obteve rapidamente uma promessa de lealdade de Ayman al Zawahiri, líder da Al-Qaeda.
Akhundzada teve a delicada missão de unificar os talibãs, fragmentados por uma violenta luta pelo poder após a morte de Mansur e a revelação de que haviam escondido por anos a morte do fundador do movimento, o mulá Omar.
Ele conseguiu manter o grupo unido e continuou a ser bastante discreto e silencioso, limitando-se a transmitir raras mensagens anuais nos feriados islâmicos.
Mulá Baradar, cofundador
Como muitos afegãos, sua vida foi moldada pela invasão soviética em 1979, que o tornou um mujahedin, um combatente fundamentalista islâmico, e se acredita que tenha lutado ao lado do mulá Omar.
Ambos teriam fundado o movimento talibã durante a guerra civil afegã, no início dos anos 1990, quando os chefes da guerra lutavam para controlar o país a sangue e fogo.
Em 2001, após a intervenção dos EUA e a queda do regime talibã, ele fez parte de um pequeno grupo de insurgentes dispostos a concordar com um acordo que reconhecia o governo de Cabul. A iniciativa foi, no entanto, rejeitada pelos americanos, que ocuparam o país durante 20 anos.
Abdul Ghani Baradar era o comandante militar dos talibãs, quando foi preso em 2010, em Karachi, no Paquistão. Foi solto em 2018, sobretudo, pela pressão de Washington.
Ouvido e respeitado pelas diferentes facções talibãs, ele foi nomeado chefe do escritório político do grupo, localizado no Catar.
Do país do Golfo, liderou negociações com os americanos, as quais levaram à retirada das forças estrangeiras do Afeganistão.
Voltou para o Afeganistão, a Kandahar, dois dias depois da tomada de poder pelo grupo islamita. Em seguida, viajou a Cabul.
Sirajuddin Haqqani, o líder da rede Haqqani
Fundada por seu pai, a rede é classificada como terrorista por Washington, que sempre a considerou a facção combatente mais perigosa contra as tropas dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nas últimas duas décadas no Afeganistão.
Também é acusado de ter assassinado alguns funcionários de alto escalão do governo afegão e de manter ocidentais como reféns para obter resgate, ou mantê-los como prisioneiros. Um deles foi o militar americano Bowe Bergdahl, libertado em 2014 em troca de cinco detentos afegãos da prisão de Guantánamo.
Conhecidos por sua independência, por suas habilidades em combate e pelos negócios bem-sucedidos, acredita-se que os Haqqani comandam as operações nas áreas montanhosas do leste do Afeganistão e que teriam grande influência nas decisões do movimento.
Mulá Yaqub, o herdeiro
Sua ascendência e laços com seu pai, idolatrado como líder histórico dos talibãs, fizeram dele uma figura unificadora dentro de um movimento amplo e diverso.
As especulações sobre seu papel exato na insurgência são persistentes. Alguns analistas acreditam que sua nomeação para a chefia desta comissão em 2020 foi apenas simbólica.
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