Mais de 48 milhões de franceses receberam pelo menos uma dose da vacina contra covid-19AFP

Paris - Imposto ao público na França desde este verão (inverno no Brasil) para combater a covid-19, o "passe sanitário" é, a partir de agora, obrigatório no trabalho para 1,8 milhão de funcionários em restaurantes, cinemas, museus, ou trens de longa distância.
Até dia 15 de novembro, os empregadores deverão verificar a validade do passe de seus trabalhadores em contato com o público, assim como daqueles que intervêm em "lugares, estabelecimentos, serviços, ou eventos" listados pelo Ministério do Trabalho, em especial bares, teatros, ônibus inter-regionais, aviões, parques de diversões, zoológicos, feiras, ou alguns shopping centers.
O passe é válido com uma vacinação completa, um teste negativo para coronavírus de menos de 72 horas, ou um atestado médico de já ter tido e superado a covid-19.
O porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, prometeu "uma semana de flexibilidade" antes de aplicar eventuais sanções.
"Se, ao fim de várias semanas", alguns trabalhadores "não tiverem um passe sanitário", a empresa "entrará em regime de suspensão do contrato de trabalho", o que é uma "decisão grave", advertiu o vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Recursos Humanos (ANDRH), Benoît Serre, em entrevista à rádio Franceinfo.
Segundo a Direção Geral de Saúde, mais de 48 milhões de franceses receberam pelo menos uma dose da vacina anticovid-19 (o correspondente a 71,8% da população total), e mais de 43,5 milhões, a imunização completa.
Aprovado pela maioria dos franceses (entre 64% e 77% conforme pesquisa recente), o passe sanitário é, no entanto, questionado por uma minoria que protesta há vários sábados nas grandes cidades da França.
No último sábado, 28, cerca de 160 mil pessoas foram às ruas em 222 marchas registradas em todo país, incluindo Paris, onde houve 14,5 mil manifestantes.