Ramallah - Quase 1,4 mil prisioneiros palestinos planejam uma greve de fome para denunciar suas condições de detenção em Israel, após a fuga de seis presos na semana passada, informou a Autoridade Palestina nesta terça-feira, 14.
A tensão nas prisões israelenses, que mantêm mais de 4 mil prisioneiros palestinos, vem aumentando desde a semana passada, quando seis membros de grupos armados palestinos escaparam da penitenciária de alta segurança de Gilboa (norte) por um túnel.
A tensão explodiu depois da transferência de centenas de detentos, quando pertences pessoais foram confiscados, segundo o Clube de Prisioneiros Palestinos. Alguns presidiários atearam fogo em suas celas.
"A situação dentro das prisões é terrível, o que levou os prisioneiros a uma greve de fome", disse à AFP Qadri Abu Bakr, presidente da comissão encarregada dos prisioneiros, órgão da Autoridade Palestina. Segundo ele, 1.380 presos entrarão em greve a partir de sexta-feira e outros na próxima semana.
A Cruz Vermelha anunciou, nesta terça-feira, que os israelenses decidiram liberar as visitas aos presos a partir do próximo dia 19, depois de cancelá-las na semana passada.
Quatro dos seis palestinos fugitivos, presos por participação em ataques contra Israel, foram capturados no final da semana passada no norte de Israel. Abu Bakr afirmou hoje que nem advogados, nem a Cruz Vermelha, puderam visitá-los. O advogado palestino Khaled Mahjana disse à AFP que irá se reunir esta noite com dois desses quatro detidos: Yaqub Qadri e Mohamad Ardah.
Abu Bakr expressou preocupação com a saúde de outro fugitivo capturado, Zakaria al-Zubeidi, ex-chefe do braço armado do partido Fatah, após publicações nas redes sociais darem conta de que ele foi internado. Autoridades penitenciárias negaram ontem que ele tenha sido transferido para um hospital.