Alerta de atividade de vulcão nas Ilhas Canárias trouxe preocupação aos brasileirosDivulgação
Especialista comenta riscos de vulcão nas Ilhas Canárias causar tsunami no Brasil
Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, apresenta intensa atividade sísmica desde o dia 11 de setembro e trouxe alerta a brasileiros
São Paulo - Após entrar em estado amarelo de alerta de erupção, o vulcão Cumbre Vieja, localizado em La Palma, nas Ilhas Canárias, na costa da África, reacendeu a discussão sobre a hipótese de formação de tsunamis que poderiam atingir toda a costa brasileira, especialmente no Nordeste.
O vulcão estava adormecido há décadas, mas deu sinais de atividades sísmicas nesta semana. Segundo o Instituto Geográfico Nacional da Espanha, foram registrados 4.222 tremores no parque nacional Cumbre Vieja, em volta do vulcão, tendo o volume de movimentos sísmicos aumentado de intensidade nos últimos dias, com abalos de magnitude superior a 3.
Segundo o MetSul Meteorologia, uma grande erupção do vulcão afetaria todas as áreas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico, o que inclui todo o litoral do Brasil, do Rio Grande do Sul ao Amapá.
A repercussão do alerta fez com que os brasileiros tomassem as redes sociais com comentários sobre a possibilidade de incidência de ondas de até 10 metros no país. O iG conversou com um especialista, que explicou que o fenômeno não deve ser motivo de preocupação no Brasil.
"A possibilidade de ocorrer um tsunami na costa brasileira é praticamente impossível. Isso porque tsunamis e terremotos de alta magnitude ocorrem em limites de placas tectônicas, e o Brasil está em cima da Placa Sul-Americana", explica Luiza Bricalli, doutora em Geologia, especialista em Tectônica e professora da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo).
A especialista ainda esclarece que as magnitudes dos abalos sísmicos observados no Cumbre Vieja não são de intensidade suficiente para ressoar na costa brasileira.
Segundo Luiza Bricalli, o Brasil poderia ter problemas em caso de risco concreto, pois não estaria preparado "nem do ponto de vista estrutural, nem da própria população", já que fenômenos meteorológicos de alta magnitude não acontecem no país.