Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden AFP

Washington - Washington disse, nesta quinta-feira, 16, que autoridades americanas mantiveram conversas de alto nível com Paris antes de anunciar um acordo com a Austrália para a compra de submarinos nucleares americanos e não franceses, mas a França insistiu que foi pega de surpresa.
"Altos funcionários do governo estiveram em contato com seus homólogos franceses para discutir sobre a AUKUS (aliança), mesmo antes do anúncio", disse um funcionário da Casa Branca à AFP, após o anúncio da aliança entre os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, por meio da qual Canberra adquirirá submarinos nucleares americanos.
"Vou deixar nossos parceiros australianos explicar o por que estão procurando por essa nova tecnologia", disse o funcionário.
"Cooperamos estreitamente com a França nas prioridades compartilhadas no Indo-Pacífico e continuaremos a fazê-lo", acrescentou.
No entanto, a França negou essas declarações quase imediatamente.
"Não tínhamos sido informados antes que as primeiras notícias desse acordo fossem publicadas na imprensa americana e australiana, poucas horas antes do anúncio oficial de Joe Biden", disse um porta-voz da embaixada francesa em Washington.
O acordo AUKUS destruiu o acordo multimilionário da Austrália em 2016 para comprar submarinos da França, que havia sido endossado pessoalmente pelo presidente Emmanuel Macron.
O ministro das Relações Exteriores da França chamou o novo acordo de "punhalada nas costas".
"Hoje estou muito zangado e amargo (...) Isso não é algo que os aliados façam uns aos outros", disse Jean-Yves Le Drian.
A China condenou o acordo como uma ameaça "extremamente irresponsável" à estabilidade da região.