Paris volta a deslumbrar o mundo ao vestir o arco do Triunfo Reprodução Twitter
Paris, para esta temporada, mais uma vez une arte e moda ao trazer a obra do búlgaro Christo (1935- 2020) para vestir um dos seus monumentos mais importantes, o Arco do Triunfo. A ideia teve início nos anos 1960, quando o artista plástico morava com a esposa e companheira profissional, Jeanne-Claude (1935-2009), na Avenue Foch, em Paris.
Esse é o resultado final do empacotamento do Arco do Triunfo pela família Christo. pic.twitter.com/qS6cwQnlpW
— Fran en thèse (@fran_becher) September 18, 2021
Christo e Jeanne-Claude costumavam declarar que seus projetos "não continham nenhum significado mais profundo do que seu efeito estético". Seu propósito, repetiam, era "trazer novas formas de ver o familiar, mexendo com as percepções humanas sobre a arquitetura, além de trazer beleza e alegria". Apesar de terem deixado registros detalhados sobre como a obra deveria ser executada, é certo que a dupla não imaginava que este momento aconteceria justamente na Semana de Moda de Paris, em que o "vestir" é protagonista. Foram necessários cerca de 100 funcionários para realizar esse sonho, uma das mais audaciosas obras do casal que, é preciso lembrar, já chegou a "vestir" o Reichstag, palácio onde fica o parlamento, em Berlim, 11 pequenas ilhas na Baía de Biscayne, no sul da Flórida, e a Pont Neuf, também na capital francesa.
Existe uma simbologia instantânea que relaciona o acontecimento ao momento de transformação que a moda mundial vive. Estamos todos empacotados com roupas que simbolizam e trazem uma fotografia do nosso tempo e de como queremos ser vistos. Essa imagem, no entanto, pode ser alterada de acordo com tecidos, cores, fluidez, assim como na obra de Christo e Jeanne-Claude. Os 25 mil metros quadrados de tecido que cobrem o Arco são recicláveis, como pedem os novos tempos nas nossas próprias escolhas de vestimentas.
As cores escolhidas pelo duo são prata com reflexos azulados e trazem um brilho instantâneo, que também é tendência na moda, em um momento que queremos iluminar nossas roupas no caminho do pós-pandemia. A arte de Christo e Jeanne-Claude segue atual, na medida certa e em sintonia com os propósitos contemporâneos. Não à toa a arte sempre inspirou - e seguirá inspirando - a moda e suas transformações.
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