Nicolás MaduroAFP
Senadores dos EUA censuram presidente do México por não extraditar Maduro
Governo dos Estados Unidos oferece 15 milhões de dólares em recompensa pela captura de Maduro
Dois senadores americanos repreenderam nesta quinta-feira, 30, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, por receber o mandatário venezuelano, Nicolás Maduro, na cúpula da Celac e não o extraditar para os Estados Unidos, onde é investigado por narcotráfico.
Em uma carta, os republicanos Marco Rubio e Rick Scott, senadores pelo estado da Flórida, também reprovaram López Obrador por ter acolhido o chefe de Estado cubano, Miguel Díaz Canel, para as celebrações do bicentenário da independência do México.
"Esperamos que a sua decisão de receber o narco-ditador Nicolás Maduro e a marionete da ditadura cubana Miguel Díaz Canel não seja indicativo de um distanciamento dos princípios de seu país em respeito à democracia e à liberdade", escreveram os legisladores.
Rubio, que tem origem cubana, e Scott consideraram que López Obrador descumpriu compromissos internacionais sobre o crime organizado transnacional ao não deter Maduro, quando este compareceu à reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) na Cidade do México em 18 de setembro.
Os senadores lembraram que, em 26 de março de 2020, o Departamento de Justiça dos EUA acusou Maduro de "narcoterrorismo" e tráfico de drogas para o território americano, e destacaram que existem "evidências" de que o próprio Maduro supervisionou o trânsito de narcóticos através do México.
"Maduro deveria ter sido extraditado aos Estados Unidos para ser julgado por essas acusações assim que pisasse em solo mexicano", argumentaram Rubio e Scott, ao ressaltar que o México é signatário da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional de 2000.
O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, recebeu Maduro pessoalmente no aeroporto. O líder venezuelano, por sua vez, fez do México o primeiro destino de uma viagem oficial desde que foi incriminado pela Justiça americana.
O governo dos Estados Unidos oferece 15 milhões de dólares em recompensa pela captura de Maduro. Rubio e Scott também questionaram López Obrador por ter como convidado de honra dos festejos independentistas o líder cubano Díaz Canel, que também participou da cúpula da Celac.
"Por mais de seis décadas, os irmãos Castro, e agora Díaz-Canel, têm oprimido o povo de Cuba", afirmaram os senadores, que também destacaram os "protestos históricos" que ocorreram na ilha caribenha em julho deste ano.
"Optar por outorgar legitimidade a este regime antidemocrático é uma falta de respeito com a luta do povo cubano por sua liberdade e também escurece o simbolismo histórico do 'Grito de Dolores'", disseram Rubio e Scott, em alusão ao ato de setembro de 1810 que deu início à independência do México da coroa espanhola.
Por sua vez, López Obrador afirmou, durante a visita de Díaz Canel, que esperava que o presidente americano Joe Biden agisse "com grandeza" e colocasse um fim às políticas contra Cuba, especialmente o embargo econômico.
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