Joe Biden, presidente dos Estados Unidos AFP

O Congresso dos Estados Unidos aprovou na noite desta sexta-feira, 5, o projeto de investimentos em infraestrutura de US$ 1,2 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden. A aprovação do plano representa uma vitória parcial para o democrata, que não conseguiu que fosse votado hoje seu outro projeto ambicioso, de US$ 1,7 trilhão, para reformar o sistema de proteção social do país e investir na luta contra o aquecimento global.
O projeto de lei de infraestrutura foi aprovado por confortáveis 228 votos a 206. A aprovação desse gastos é uma conquista de Biden, que acontece em meio à queda em seus índices de aprovação pessoal e após a derrota humilhante do Partido Democrata nas eleições para governador da Virgínia. “Água potável limpa para crianças, acesso à banda larga, veículos elétricos, mais investimentos em transporte público. E mais está por vir", tuitou a porta-voz do presidente, Jen Psaki.
A liderança democrata na Câmara dos Representantes começou o dia com a meta de aprovar o projeto de infraestrutura, que havia passado pelo Senado e, em seguida, enviar à câmara alta outra iniciativa de gastos sociais e ambientais ainda maior, no valor de até US$ 1,85 trilhão.
Pelo menos seis democratas moderados não quiseram se comprometer com o pacote de assistência social "Build Back Better" (BBB, Rebuild Better), argumentando que necessitavam primeiramente ver uma avaliação completa do seu impacto econômico pelo Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), que não estará disponível em menos de uma semana.
Com uma maioria democrata de apenas três votos na Câmara dos Representantes, a presidente da casa, Nancy Pelosi, foi obrigada a adiar a votação do plano BBB, que prometeu para antes do feriado de Ação de Graças, em 25 de novembro.
Suspeita
Os progressistas inicialmente bloquearam a votação do projeto de infraestrutura, em meio à suspeita de que os centristas do Senado rejeitariam o plano BBB assim que conseguissem transformar suas melhorias nos transportes em lei. Mas Pelosi se recusou a recuar e insistiu em uma votação até o fim do dia. "Estou confiante em que, na semana de 15 de novembro, a câmara irá aprovar o plano BBB", declarou Biden esta noite.
Aprovar o pacote de infraestrutura exigiu uma matemática complicada com vários progressistas, ainda aborrecidos com a rebelião moderada, mas os democratas conseguiram adicionar 13 republicanos ao seu lado.
"Depois de quatro anos de 'semanas de infraestrutura' fracassadas sob o controle de Trump e dos republicanos, o presidente Biden cumpriu sua promessa e conduziu um investimento histórico na infraestrutura do nosso país", comemorou Jaime Harrison, presidente do Comitê Nacional Democrata.
Biden, que passou boa parte desta quinta e sexta-feira ao telefone com congressistas, acompanhou a votação na residência oficial, após tecer estratégias com suas equipes política e legislativa e com a vice-presidente, Kamala Harris.
Queda de popularidade
Há 10 meses, o presidente Joe Biden prometeu grandes mudanças para uma nação devastada pela pandemia, mas viu sua popularidade cair, agora está enfraquecida por uma derrota retumbante de seu partido nas eleições locais na Virgínia esta semana.
O colossal plano de investimentos em estradas, pontes, portos e internet de alta velocidade foi aprovado na câmara alta em meados de agosto, apoiado por senadores democratas e republicanos, uma ocorrência rara em um Congresso politicamente polarizado. Sua aprovação pela câmara baixa marca uma grande vitória para Biden, um ex-senador que costuma se gabar de sua capacidade de fechar acordos bipartidários.
Ao financiar um vasto plano de obras, a Casa Branca diz que criaria milhões de empregos bem remunerados para pessoas sem diploma universitário. O texto sobre infraestrutura foi aprovado pelo Senado por 69 votos a 30, com o apoio de um terço dos senadores republicanos.