Exame da curva glicêmica; insulina,monitor de glicemiaMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Apesar da oferta abundante "há problemas de acesso aos cuidados de saúde no mundo e principalmente nos países de baixa renda", disse Kiu Siang Tay, que trabalha no assunto na OMS, durante uma coletiva de imprensa.
Os preços altos impedem que muitos diabéticos tenham acesso ao valioso hormônio para controlar sua doença, especialmente em países de baixa e média renda, mas também onde os preços são mal regulamentados, como nos Estados Unidos.
A insulina é um hormônio que regula os níveis de glicose (açúcar) no corpo e é o principal tratamento para o diabetes tipo 1 (devido a uma deficiência na produção de hormônios no pâncreas) ou tipo 2, geralmente em pessoas com sobrepeso.
A insulina, descoberta há um século por pesquisadores canadenses, permite que 9 milhões de portadores do tipo 1 controlem uma doença que já foi fatal e 60 milhões de pessoas com tipo 2 reduzam os riscos de cegueira e amputação. Os descobridores da insulina, Frederick Banting e John Macleod, venderam seus direitos por um dólar canadense para facilitar o acesso.
Embora os 9 milhões de pacientes do tipo 1, cuja sobrevivência depende da insulina, tenham acesso ao hormônio, apenas metade dos 63 milhões de pacientes do tipo 2 têm acesso ao medicamento. A OMS identificou vários obstáculos, como a mudança para a insulina sintética, que é pelo menos 1,5 vezes mais cara do que a insulina humana. Além disso, 90% do mercado é controlado por apenas três grupos farmacêuticos (Eli Lilly, Novo Nordisk e Sanofi).
A OMS recomenda que a produção de insulina de origem humana seja aumentada, assim como o número de produtores de equivalentes sintéticos. Desta forma, seria possível reduzir os preços. As Nações Unidas também recomendam a regulamentação dos preços, a fabricação local em regiões de menor atendimento e facilitação do acesso a ferramentas de diagnóstico e medição da glicose no sangue.
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